993300>Sinhô sargentão Filipão, no verde-marelo ano de 2002 e confrontando-se com a opinião de larguíssimos milhões de adeptos brasileiros, logrou a copa mundial de futebol para o Brasil. Em princípio, em face dos resultados que culminaram no difícil apuramento do escrete, a "forca" estava em praça e aguardava o pescoço do teimosão para vingar Romário. Tudo indicava que a enorme maioria tinha razão garantida e incontornável.
Quatro anos depois, em 2004, o já célebre sargentão, assume o comando total da selecção portuguesa e também logo no início, por causa de não ter considerado Vitor Baía e outrossim porque os resultados no período de preparação eram assustadoramente negativos, enfrentou 10 milhões de portugas assanhados, o que suportou condigna e estoicamente. Outro qualquer, caramba, teria mandado a portuguesada toda-todinha às favas.
Persistentemente assediado e instado pela comunicação desportiva e não só, o senhor Luiz Filipe Scolari teve de fazer por diversas vezes o desagradável papel de duro e mostrar-se claramente tenso diante de tanta e constante perturbação.
O Euro 2004 iniciou-se e de imediato a equipa portuguesa sucumbiu por um alarmante desaire, desta feita a sério e contra a Grécia, então considerada a equipa mais débil do grupo A. Bem, ou melhor, bem-mal, aí começou a gritaria por todas as esquinas e cantos onde houvesse futebol na ponta da língua.
Todavia, nos dois restantes jogos com a Rússia e com a Espanha, o seleccionador-treinador brasileiro alcançou brilhantemente o apuramento e, com o efeito, cumpria o que prudentemente prometera: colocar Portugal nos quartos-de-final.
De seguida, em pugna brilhantemente derimida, o colosso Inglês tombou sob as botas dos jogadores portugas, conseguindo-se com tão revigorante impulso, hoje, 30 de Junho, dar um autêntico banho de futebol à Holanda, vencendo apenas por 2-1, mas tão só por circunstâncias próprias do futebol, pois teve um caudal de oportunidades surpreendente e até foi um defesa português que introduziu na própria baliza o golo laranja.
A selecção portuguesa alcançou enfim o que nunca tinha alcançado e aproximou-se ao limite do trono do futebol europeu: amanhã se saberá se com a Grécia ou se com a República checa jogará a final na mais gostosa de todas as partidas em seu historial.
Ora, sem mais delongas e objectivamente, Scolari, o tal vera sargentão Filipão, passou no mundo do futebol a general Filipíssimo das hostes portuguesas.
Parabéns Senhor Luiz Filipe Scolari. Eu também fui dos tais que ensaiei estragar a colheita antes do cesto ter uvas. Mas o que é, é, e quando é, eis-me desde logo exposto de rabiote ao léu para não fugir à seringa.
Torre da Guia = Portus Calle
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