Cada um usa seus óculos para olhar a vida. O concreto é o mais fácil de ver, o nível mais básico. Mas há concretos que se vêem diretamente e outros concretos que só se vêem indiretamente. Uma cadeira é a mesma para duas pessoas que estão na sala. Na verdade, não é bem assim, pois cada um a vê de uma forma diferente e exercendo um papel diferente, mas os dois concordam com a existência dela. Quanto ao átomo, por outro lado, quem o vê diretamente? E para aqueles que o “vêem” indiretamente, já não há tanta concordância. Há, pois, diferentes modelos de átomo. Os que surgiram a partir da Física Quântica da década de 1930 estão fora do contexto do mundo concreto, causando muita polêmica no meio científico. Os céticos defensores da ciência clássica, não os aceitam, mesmo quando dizem aceitar a ciência. Para eles, várias evidências da Física Quântica, se forem verdade, não atrapalham desde que não sejam levadas a sério. Vivem como se esse mundo quântico não existisse e aí conseguem viver com seus modelos de mundo. E, se professores e pesquisadores, exigem que seus alunos e orientados o façam da mesma forma. Mas condenam veementemente a Santa Inquisição da Igreja. E se formos mais longe ainda e falarmos do mundo espiritual? Se forem justos, os mesmos céticos teriam que admitir que esse mundo espiritual deve ser encarado, ao menos, como uma hipótese. E se os anjos existem, mas você usa óculos que não os permite ver? Você já parou para pensar nessa “hipótese”? Aí, o máximo que você poderia dizer é que eles não existem para você, ou seja, o seu modelo de mundo não contempla a existência deles. Como, exceção feita ao nível mais básico do concreto e ainda com várias ressalvas, as demais dimensões da realidade não são passíveis de provas científicas cabais, a existência dos anjos será sempre, no mínimo, uma possibilidade. Admitindo essa hipótese inicial como verdadeira, ainda assim veremos esses anjos da forma que nossos óculos o permitirem. Que óculos você usa hoje? Você estaria disposto a trocar de óculos se for para seu próprio crescimento? Ou você, com a desculpa que isso não é científico, escolhe ficar no time dos céticos que só aceitam o palpável? Time poderoso, aliás, porquanto, geralmente, arrogante dentro do púlpito acadêmico. Ao menos para fazer algo diferente hoje, pense: seu mundo contempla os anjos? Se sim, por que? Se não, por que também? E se o faz, que tipo de seres são eles? Quem define seus óculos de hoje, de agora, você mesmo ou as regras de sua religião? Ou ainda os dogmas da ciência que você aprendeu a partir do arquétipo coletivo do "prove-me"?