993300>O jogo inaugural do Euro 2004, onde os gregos contra todas as espectativas venceram os portugueses por 2-1, foi afinal uma evidência solidamente alicerçada e não, como na altura se presumiu, um inesperado acaso ditado pelos deuses do futebol.
A estratégia futebolística da equipa da Grécia, rigorosamente gerida pela perícia de um treinador alemão à Rommel, demonstrou sem equívoco, jogo a jogo, que assentava num plano previamente concebido e bem em face do tipo de adversários a defrontar sucessivamente.
Em exemplar atitude defensiva, os gregos cuidaram sobretudo, desta feita, de rodear o cavalo de madeira e aguardar pacientemente a saída dos subreptícios troianos, aniquilando-os um a um e consoante as circunstâncias de cada situação.
Assim, às 21h01 de Portugal, a bola, vinda de um pontapé de canto, pingou sobre a área portuguesa e Caristheas entre os defesas lusos consegue com um golpe de cabeça desfeitear Ricardo entre os postes.
Apesar do tempo que ainda sobrava para jogar, a selecção portuguesa não foi capaz de resolver o pressionante torniquete que os gregos sem desfalecimentos operaram com sábia persistência em todo o seu reduto.
Em suma, a Grécia venceu e mereceu muitíssimo bem o ceptro-mor do Euro 2004, concretizando com êxito a sábia estratégia que o seu treinador conseguiu disciplinar a ponto óptimo e colocar em prática efectiva. Neste momento pois e com todo o desportivismo, vivam e saboreiem os gregos o magnífico fruto da vitória.
Em Portugal e em todos os cantos do mundo, nesta hora, a lusa gente acorda do sonho, refreia o impulso que estava preparado para mais uma longa festa, e regressa a casa para descansar, que amanhã, segunda-feira, começa o trabalho.
Entretanto, eu fico a pensar na enorme injustiça que as leis dos homens provocam e mesmo assim continuam teimosamente a persistir. Por exemplo, esta evidência: Como é que a Itália foi eliminada se não perdeu qualquer jogo?... Tão só porque a pontuação dos torneios de futebol do tipo Campeonato Mundial ou Europeu, que não se equiparam a campeonatos de longa duração, deveriam ser simplesmente pontuados assim: vitória 2 pontos, empate 1 ponto e derrota zero ponto. Mas... Mas... Mas... Como é que se há-de chamar ao manobrismo dos interesses obscuros?
Exemplificando mais ainda: no seu currículo, considera melhor duas boas notas e uma péssima ou uma boa nota e duas regulares?... É... Mas a FIFA e a UEFA dão imensa importância ao péssimo. Todas as máfias são assim: tudo aparentemente muito limpinho para esconder a sujidade... É ou não é?!...
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