993300>"Demócrates"
Aprecio admiravelmente as rimas que não me permitem a fluente sobreposição dos versos. Estou naturalmente farto da fácil vulgaridade encadeada que assume crista de galo arrumado. Por exemplo, Soares, lança-me de imediato para, entre a diversidade opcional, esgares; Lamego, suscita-me, na óptica de Pessoa, desassossego.
E Sócrates?... Penso, repenso e concluo que só me resta o impositivo recurso de inventar algo de novo com coerência: "Demócrates", não existe mas é assaz propositado, cognome ideal para Jorge Sampaio, se bem pesarmos e repesarmos sobre a sua recente decisão entre continuidade ou eleições.
Por isso, Senhor Engenheiro, poupe-se quanto possível em face da fogueira que se lhe depara, senão "Demócrates" entristece em lugar de comover-se e, quem tão corajosamente faz prova de tão elevado índice democrático, não merecerá afrontar-se com a decepção das circunstâncias em próximo futuro. O Presidente da República de todos os portugueses, no que de mandato lhe resta, tentou remediar e ao mesmo tempo prevenir. E quem melhor do que ele conhece o que deveras está a passar-se e deverá fazer-se?
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