Na poesia brasileira, numa comparação entre o número de sonetos decassílabos e alexandrinos escritos, o primeiro é o preferido dos poetas, numa proporção aproximada de 10 x 1. E e tal se comprova lendo-se o livro O MUNDO MARAVILHOSO DO SONETO, super coletânea organizada pelo saudoso sonetista Vasco de Castro Lima, recentemente falecido.
Já na França, ocorre o contrário: para dez sonetos alexandrinos, o leitor encontra um ou dois decassílabos, se muito. Inclusive, o Soneto de Arvers, ao qual o Vasco dedicou um capítulo à parte, que vai da página 191 à 211 do seu livro de l099 páginas, é alexandrino.
Para os que não se lembram, o soneto de doze sílabas ou dodecassílabo, é chamado de alexandrino porque o poeta francês Alexandre du Bernay escreveu uma epopéia, em louvor de Alexandre, o Grande, da Macedônia, nessa métrica. A partir daí, todo soneto de versos de doze sílabas, passou a ser chamado de alexandrino, em homenagem aos dois Alexandres!
Entre nós, temos autores que escreveram nas duas métricas, como Machado de Assis, por exemplo, que é autor do soneto A Carolina (decassílabo) e Círculo Vicioso (alexandrino). Mas, a grande maioria dos nossos poetas, preferiram o decassílabo, havendo muitos dos famosos que já se foram, que não deixaram nenhum alexandrino.
Já o médico e poeta de Bom Jesus de Itaqbapoana-RJ, Dr. Ayrthon Seródio, prefere o alexandrino, e, pelo manos uma vez por ano, publica um livro desses sonetos, em que verseja com maestria, a exemplo do soneto que dá nome ao seu lançamento deste ano de 2004: