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Artigos-->Minha homenagem à Fátima Irene Pinto -- 17/08/2004 - 13:35 (ANGELA LARA) |
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Caminho do Meio - Fátima Irene Pinto - do livro "Momentos Catárticos"
Reparaste que eu avanço
na exata proporção do teu recuo?
Se te mantivesses no caminho do meio
eu não precisaria avançar
e tampouco tu precisarias recuar ...
Reparaste que eu encho a tua taça na mesma proporção
de que ela se me apresenta sempre vazia?
Se ela se mantivesse à meia borda,
por certo eu não a transbordaria ...
Reparaste que eu falo demais
na exata medida em que tu falas de menos?
Se ao invés de silêncio retornasses as minhas falas,
na tua fala, o meu próprio silêncio se equilibraria ...
Reparaste que todos os meus sins
se contrapõem a todos os teus nãos ?
Se houvesse alguns sins dentre os teus nãos,
os meus próprios sins
aprenderiam a dizer talvez e no talvez,
os nossos sins e nãos se reconciliariam ...
Avança um pouco para que eu consiga recuar.
Transborda um tanto a minha taça para que eu possa esvaziar.
Rasga de leve o teu silêncio para que eu aprenda a me calar.
Articula algumas afirmações para que eu aprenda a me negar.
Fica da minha altura para que eu não tenha que esticar.
Equilibra assim os nossos pratos
para além da nossa guerra de egos.
... E só então, em plenitude e verdade,
eu poderei te amar ...
E v i d ê n c i a s - Fátima Irene Pinto - do livro "Momentos Catárticos"
Quem ama sente ciúmes, muito ou pouco não importa, mas sente sim.
Quem deixou de amar já não se importa e deixa o outro
totalmente à vontade, para que ele próprio possa estar também assim.
Quem ama - vez por outra - dá uma patrulhada no território
e delimita as suas fronteiras.
Quem deixou de amar já não fiscaliza, é frio,
controlado e jamais perde as estribeiras.
Quem ama sempre acha tempo e encontra um jeito
para estar com seu amor.
Quem deixou de amar vai postergando sem pressa,
deixando que o vento sopre a seu favor.
Quem ama faz perguntas pessoais e usa muito o pronome "nós".
Quem deixou de amar conversa banalidades
e esquece o significado do advérbio "a sós ".
Quem ama quer saber da vida do outro com detalhes e transparência .
Quem deixou de amar se esquiva e não cobra do outro mais nada,
nem ao menos coerência.
Quem ama é pródigo em e-mails, telefonemas
e com muito carinho dá um jeitinho de marcar presença.
Quem deixou de amar é pródigo em desculpas e pretextos
com os quais passa um verniz para disfarçar a indiferença.
Quem ama é naturalmente fiel
e está sempre voltado às necessidades do outro ser.
Quem deixou de amar só é fiel a si próprio e ao seu bem estar
e já não percebe os danos que causa, querendo ou sem querer.
Quem ama, mas não pode corresponder por imperativos das circunstâncias,
abre o jogo e usa de sinceridade.
Quem deixou de amar não descarta o outro do baralho,
para o caso de uma eventualidade.
Será que neste momento tu amas ou deixaste de amar?
Se já não amas, com certeza irás te calar ou talvez até dizer:
- Face ao exposto, nada tenho a declarar!
http://www.humancats.com/
Minha homenagem também à Irene, que com estes textos belíssimos, fêz-me repensar uma porção de coisas... Obrigada!!!!!!!!!!!!
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