O ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov, afirmou ter sido "declarada a guerra" à Rússia, ao referir-se ao assalto a uma escola na cidade de Beslan, Ossétia do Norte, república federada do Cáucaso Norte. Pela primeira vez desde a eleição do presidente Vladimir Putin, em 2000, um responsável do seu governo utilizou a palavra "guerra" para qualificar as ações dos separatistas.
Hoje ao fim tarde, o canal NTV russo informou que o contacto com terroristas foi estabelecido. As negociações "decorrem com muita dificuldade", disse o correspondente da NTV, sem mais pormenores.
O responsável do Serviço Federal da Segurança da Rússia (FSB) para a Ossétia do Norte, Valeri Andreev, assinalou aos jornalistas em Beslan que os "reféns estãosendo tratados de forma mais ou menos satisfatória", mas "há carência de produtos alimentícios" dentro da escola assaltada.
Quanto às exigências do comando assaltante, observou que elas "serão conhecidas no decorrer das negociações".
Dois mortos e onze feridos é o primeiro balanço do assalto à escola, segundo as autoridades locais. Segundo outras versões, sete pessoas foram mortas e nove ficaram feridas.
Onze horas depois do sequestro, desconhece-se o número exato de sequestradores e de reféns. Os primeiros apontam para 15 e 30 pessoas - entre as quais várias mulheres com bombas amarradas à cintura. Os reféns, entre quais pelo menos 132 são crianças, são entre 150 e 400 pessoas.
Os sequestradores, que, segundo algumas informações, terão exigido a retirada das tropas russas da Tchetchénia, poderão ser membros de um grupo denominado "Jamata Inguche" relacionado com os rebeldes do comandante tchetcheno Chamil Bassayev, admitiu aos jornalistas uma fonte do ministério do Interior da Ingúchia.
Segundo a mesma fonte, os assaltantes são comandados por Doku Umarov, que dirigiu o ataque à Ingúchia em Junho passado.
As autoridades locais não excluem a possibilidade de os sequestradores terem o apoio das comunidades inguche e tchetchena residentes na Ossétia do Norte.
O comando militar russo enviou entretanto aviões com unidades anti-terroristas para Beslan. O chefe da Força Aérea russa, Vladimir Mikhailov, prometeu que "especialistas necessários em quantidades suficientes" serão disponibilizados para a operação de resgate.