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Artigos-->Poltergeist -- 28/09/2004 - 05:54 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Poltergeist









Na página “Carta do Leitor” de 12.01.1990, com o original título: “O caso dos objetos que se movem”, narrados de boa fé, dão evidentes sinais de mais um “poltergeist”.

O “poltergeist” nada mais é dos que uma tentativa de comunicação de iniciativa dos “mortos” para conosco “os vivos”, embora em nossa modesta opinião eles estão mais vivos dos que nós, neste vale profundo. Já foram essas tentativas isoladas de comunicações, como tudo o mais em relação aos espíritos, explorados em filmes desde que se inventou o cinema. Agora vemos dentro de nossa própria casa pela televisão, essa exploração leviana e indevida, de algo tão sério e que serve de estudos de uma causa tão importante, como é a causa espírita.

Quando surge manifestação fora do controle material e científico do homem, aí a coisa engrossa e ninguém sabe nada. O medo toma conta. O pavor do desconhecido ridiculariza o homem. Enquanto o drama se desenrola em telas, ou vídeos, tudo é festa. Porem, quando o real surge das sombras as explicações acabam por fantasiar e nenhuma ciência, por mais avançada que seja, vai explicar de forma convincente o que para ela é inexplicável, em razão do forte preconceito envolvendo os poderosos e respeitáveis cérebros do mundo.



Com relação aos espíritos parece que só queremos nos divertir, ao invés de tratá-los como algo mais serio, se não por nós, pelo menos com o devido respeito aos nossos entes queridos, que também estão no lado de lá.

O Brasil é um país rico em manifestações espíritas. Já se disse que “somos um povo abençoado”. O próprio Espiritismo revelou ao país que seremos “A pátria do Evangelho”, alem de sermos “o coração do mundo”.



Pessoalmente considero o povo brasileiro na mesma situação antiga, em que os hebreus eram tidos como o “povo eleito”. Somos hoje os eleitos pelos superiores desígnios e atingiremos os estágios elevados de exportarmos não apenas mercadorias em abundância, mas também o Evangelho. O nosso país apesar de todos os problemas que passa não sai dos trilhos divinos. Em razão disso é mais freqüente em nosso meio, as manifestações de nossos amigos e parentes do lado de lá. Este assunto demanda espaço e tempo para ser compreendido. Não será uma leitura de quinze minutos, que traria um pouco de luz.

Devemos partir em primeiro lugar de uma idéia chave, mas que torna um celeuma de inicio porque ainda se discutirá por séculos, em torno de um ponto que o chamaria de fútil: o sobrenatural. As pessoas costumam falar em “sobrenatural” sem nenhuma profundidade. Vê-se logo que, quem acredita no “sobrenatural” é supermaterialista. Afinal o que é o sobrenatural? Supõe ser o que não é natural, ou estar alem do natural. Mas, o que não é natural? O que está alem do natural? No ponto de vista Espírita NADA! Tudo pertence à natureza. O respeito às leis naturais é um dos princípios Espírita. Com esta premissa podemos dizer que a Natureza está aqui na matéria, e, está também no lado de lá, no plano espiritual. Ela abrange o universo e as dimensões. Foi o homem quem inventou o “sobrenatural”.



Partindo daí podemos começar a fazer objeções quanto às explicações obtidas nas narrativas dos “objetos que se movem”, ou o “Poltergeist”.

Aliás, o jornal “Comercio” noticiou recentemente um caso na região. Tais acontecimentos são tão freqüentes, que já não despertam a atenção dos que estudam o espiritismo. Esta filosofia, esta ciência, ou esta religião, já tão avançada em seus conceitos sociais, morais e psíquicos, que os fenômenos de manifestações já estão distantes e atrasados dos verdadeiros objetivos espiritistas.



O Espiritismo na verdade nasceu da curiosidade e do trabalho penoso, sério e constante de Allan Kardec, ao investigar esses fenômenos, tidos na época como brincadeiras de salão. O codificador da doutrina Espírita não fugiu da realidade com explicações evasivas. Ele pisou fundo. Ele e só ele já que as multidões brincavam com as mesas suspensas, ou girando em rotação própria. Ele parou e notou a realidade de uma manifestação inteligente. Agiu naquela época, como agiria hoje um cientista ao manter contato, através de sinais, com criaturas de outros planetas.



Psicocinésia pode ser tudo menos a capacidade de alguém, mental e inconscientemente, levantar um tijolo e fazê-lo passar janela adentro. Não se tem notícia de alguém capaz dessa proeza, isto materialmente falando. Contudo, a Psicocinésia como a Psicografia é coisa real e incontestável. A Psicocinésia realmente é a capacidade de alguém, através de sua mente ou psiquismo, gerar forças capazes de produzir efeitos sobre si mesmo, ou exteriorizá-las, ocasionando ações em matéria alheia. Só contestamos a assertiva, aliás, de boa fé quanto à palavra “psiquismo”, que envolve a mediunidade. Portanto, através da mediunidade de alguém forças são geradas, capazes de produzir efeitos que nós nem sonhamos.



O enunciado pelo dicionário, o qual nem conhecia, (deve ser nas novas edições), deixa-nos bastantes satisfeitos. Mostra tal enunciado que a ciência já está para colidir com todas as propostas científicas do Espiritismo. E quando isto acontecer, os passos do homem serão passos de gigante. Se trocássemos a palavra psiquismo por mediunidade, tudo se esclareceria. Isto porque psiquismo é todo fenômeno relativo à alma, ou que envolve a alma, a qual chamamos também de espírito. Alma para a doutrina Espírita é o espírito ocupando um corpo desde o nascimento. O que dá na mesma.



No “Livro dos Médiuns”, traduzido por J. Herculano Pires, o qual trata de um Espiritismo experimental, está a seguinte nota de rodapé na página oitenta: “o problema do “inconsciente” deu margem no passado e continua a dá-la ainda hoje, a numerosas hipóteses fantásticas sobre a possibilidade de serem telepáticas (ou telecinésias) essas transmissões. Mas, os fatos são mais complicados do que o citado acima e essas hipóteses não abrangem a todos. As pesquisas parapsicológicas atuais, longe de beneficiarem essas hipóteses fantásticas, como querem os adversários do Espiritismo, vêm confirmando progressivamente a explicação Espírita.



Todos nós somos em maior ou menor escala médiuns. Isto é, intermediários ou agentes medianeiros da natureza, para não falar aqui do pessoal do andar de cima, ou mesmo dos espíritos de elevados conceitos morais. A mulher genericamente é médium também da matéria: ela tem o corpo como instrumento usado pela natureza para, através dele, criar novos corpos.



Quando temos um excesso de fluído perispiritual (do corpo espiritual), invisível para nós na carne, mas que chama a atenção de qualquer espírito viandante, somos como um canal de ligação entre o mundo astral e o mundo carnal. Neste caso, somos médiuns do espírito em potencial.



Através dessa mediunidade é que o espírito pode exercer influências decisivas sobre a matéria. O que explica os fatos sempre ocorridos quando da presença de uma pessoa já identificada como causa. Essa pessoa, segundo consta, é sempre uma adolescente. Para isto não se tem maior explicação. A não ser a potente mediunidade dessa pessoa, que inumeráveis casos apontam como sendo uma adolescente.



Quando ocorre o “Poltergeist” podemos classificá-lo em diversos casos como sendo:

a) espírito brincalhão;

b) um espírito amigo desejando auxílio;

c) tentativa de comunicação com objetivos sérios; e

d) perseguição pura e simples.



Na maioria dos casos trata-se apenas de tentativas de

comunicação, que também na maioria dos casos são interpretados erroneamente pelas pessoas sem informações. Às vezes, não é uma comunicação direta, mas uma força obedecendo à bondade superior, que avisa da existência de um médium naquele local. E esta mediunidade pode ser desenvolvida para o bem de todos, caso contrário se torna uma porta aberta para os espíritos inferiores.



Como disse anteriormente o assunto é muito vasto. Estamos à vontade para discorrê-lo porque não somos espíritas, embora venhamos estudando de há muito essa extraordinária ciência. Não nos sentimos espíritas porque o espírita convicto é uma pessoa completa no que tange à humildade, à prestatividade e à bondade. É uma criatura avançada e apesar disso anônima em seus benefícios à coletividade. Só os necessitados conhecem muito bem os espíritas. Não gostam os adeptos do kardecismo de replicar sobre assuntos que envolvem sua abençoada religião. Bem por isso não se vê espíritas atacando este ou aquele sectário de outras doutrinas. Não tem na verdade, no conceito deles, nenhum adversário, a não ser irmãos nesta eterna caminhada no rumo da grande luz que procede de Deus.



Só pessoas como nós, sem compromissos sérios com essa extraordinária doutrina, somos aqueles que podem falar do homem verdadeiramente espírita.

O que tem de melhor no Espiritismo, além de seus adeptos, é pela nossa ótica, a sua flexível capacidade de ser religião e ciência ao mesmo tempo, além de uma impressionante filosofia, sempre buscando sistemas cada vez mais profundos.



Não se encontra nada mais satisfatório do que o conhecimento gerado pelo Espiritismo. Conhecimento que se amplia ao passar do tempo, porque evolui constantemente, buscando novas perguntas e novas respostas. Não parou no tempo. Não se acomodou com doutrinas inflexíveis, cujo teor é sempre o mesmo, acomodando-se aos cultos e interpretando, quase sempre de maneira própria, por exemplo, o Evangelho. Não se aceitam opiniões em outras religiões, portanto não progridem, não chegam a lugar nenhum. Mas, o pessoal do andar de cima respeita a crença de cada um. O que é sumamente justo.



O Espiritismo como ciência num futuro nem tão distante fará parte do currículo escolar, tenham toda a certeza!



Finalizando, se os responsáveis por esta página do jornal “Comércio do Jahu” nos tolerarem mais uma vez, retornaremos com o assunto em outra oportunidade, discorrendo sobre o “Poltergeist II”.



Jeovah de Moura Nunes

publicado no jornal “Comércio do Jahu” nº 21604, quarta, 24 de janeiro de 1990 – página 2).





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