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Artigos-->Poltergeist II -- 30/09/2004 - 00:20 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Poltergeist II







O mais dramático no Poltergeist é o desdém com que é tratado pelos homens de ciência e religião. Todo fenômeno de natureza desconhecida é relacionado à conta de fantásticas suposições. Ninguém quer ceder um milímetro sequer, a favor dos espíritos. Se o líder religioso local é chamado, conforme a fé daquela família necessitada de auxílio espiritual, ele acaba alegando ser obra do demônio, ou alucinações de adolescentes, ou ainda, brincadeira de alguém. Isto tudo se não alegar uma enxaqueca para evitar visitas ao local, ficando assim, a família abandonada à própria sorte. Brincadeira de alguém pode ser com certeza, mas alguém do outro mundo.

Vai daí que até o auxílio solicitado às entidades genuinamente espíritas levam tempo, pelo simples fato de não lembrarem, por ignorância, da existência de tais entidades. Descobre-se ao final que o socorro propriamente dito não existe. A não ser elevar o pensamento ao alto, rogando por aquele espírito perturbador e nunca deixar de ler e interpretar o Evangelho dentro do lar.

O desprezo do homem hodierno pelas coisas do espírito está lhe custando um preço muito elevado. Todos os problemas, desde uma doença grave até uma pedra que voa pela janela adentro, teriam uma solução, ou no mínimo uma explicação confortadora. Conhecendo-se a causa não tememos o efeito. E ainda neste caso só a oração e o amor neutralizam a causa.



É claro que as entidades espíritas, com grande preparo mediúnico de que estão dotadas, poderão evocar o espírito perturbador, sob a tutela de mentores elevados e saber realmente o que ocorre de anormal com aquela pessoa no mundo espiritual, em consonância com a pessoa do mundo físico. Isto, entretanto ocorre quando há uma relutância do espírito perturbador em não cessar as manifestações, enfim em último caso. Assim acontece porque com a mesma violência das manifestações, o espírito perturbador surgirá medianimicamente no local evocado, já que se trata como é natural de um espírito inferior.

Enquanto nós ainda divagamos entre ser isto ou aquilo, fiéis a esta ou aquela religião, na Europa já se faz experimentos mediúnicos via sistemas eletrônicos. São feitos testes na captação pelo vídeo de imagens do mundo espiritual, ou também chamado de astral. Criou-se até um neologismo, ou uma nomenclatura adequada ao desenvolvimento tecnológico da comunicação com os seres inteligentes dos planos extra-fisico: TRANSCOMUNICAÇÃO.



A Transcomunicação tem chamado a atenção dos cientistas, particularmente na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil talvez pela abundância de bons médiuns, a Transcomunicação não foi bem difundida. Também pelo fato de que esta comunicação necessita de uma habilidade técnica em nível experimental, tanto do plano físico como do extra-fisico.



Os estudos e as pesquisas nas comunicações entre os encarnados e os desencarnados já andam tão avançados através dos sistemas eletrônicos, que alguns cientistas renomados já catalogaram nomes de varias estações transmissoras do mundo espiritual. Eles (os espíritos) tentam falar conosco com mais comodidades; eles tentam um intercâmbio mais factível a todos; eles tentam tudo e nós não tentamos nada, a não ser continuarmos com nossas relutâncias encardidas de milênios. Ainda discutimos se a pedra deve ser ou não polida. Ainda questionamos se devemos crer ou não crer. Ter fé ou não ter fé. Ser ou não ser. Enquanto isso, nossos amigos e até os entes queridos procuram desesperadamente, avisar-nos do que nos aguarda no lado de lá.



No livro intitulado “Bilder Aus Reich Der Totem” em alemão, de autoria de Rainer Holbe, há uma fotografia do renomado cientista alemão Klaus Schcreiber, no momento em que recebia, por meio de um sistema de televisão, acoplada a uma sofisticada aparelhagem eletrônica denominada “Spiricom”, a imagem de sua filha falecida há muito tempo. Esta obra podia ser adquirida na época em que este artigo foi publicado, em janeiro de 1990, na distribuidora DBG – Livros Ltda., em São Paulo, na rua Barão de Itapetininga, 124 – 11º andar, conjunto 111. Hoje não sabemos se existe a tal distribuidora.

Um congresso sobre a Transcomunicação aconteceu num lugar chamado Basiléia, Suíça, de 9 a 12 de novembro de 1989, onde se reuniram dezenas de renomados cientistas, especializados em comunicações com os espíritos através da eletrônica. Para este acontecimento nenhuma imprensa escrita, falada e televisionada fizeram qualquer menção em todo o mundo. Ninguém realmente se interessa pela vida espiritual. Parece que não ligamos a mínima para o nosso futuro, ou para a nossa vida além tumulo, quando a mesma depende muito da nossa forma de viver aqui. Isto segundo informações dos próprios espíritos. Porém, na hora da morte então a coisa engrossa e aí acontecem às correrias, tentando comprar um passaporte de bom comportamento para a outra vida. Mas, já é bem tarde e torna-se inútil qualquer empenho nesse sentido.



No Brasil não temos ainda tecnologia capaz de reunir tantos cientistas, num congresso sobre a transcomunicação, o qual aborda uma temática difícil sobre a parafernália eletrônica usada nas comunicações entre os dois mundos.



Pelas informações que dispomos, provavelmente dois técnicos brasileiros em transcomunicação participaram como observadores do Congresso de Basiléia. São eles: o engenheiro Clovis Souza Nunes, Feira de Santana, Bahia, e o professor de eletrônica Wilson Picler, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Psicobiofisicas (INPP), da Faculdade de Ciências Biopsíquicas do Paraná em Curitiba.



Temos, entretanto em nosso país, recursos humanos da mediunidade muito úteis e eficazes para todos nós, lembrando, que tais indivíduos são abnegados em servir da melhor boa vontade, ao transmitirem em todos em locais inúmeras mensagens. Tanto através de livros como numa simples folha de papel. Estas mensagens, segundo critérios superiores devem beneficiar o maior número possível de pessoas encarnadas e desencarnadas.

Tínhamos no Brasil, além de outros muitos excelentes médiuns, um prodígio da comunicação psicográfica, além de outros tantos desdobramentos mediúnicos: Francisco Cândido Xavier, o nosso Chico Xavier, falecido em 2002, o qual sozinho já seria objeto de um congresso sobre a transcomunicação mediúnica, a semelhança daquele levado a efeito na Suíça.



Chico Xavier foi o receptor medianeiro de mais de quatrocentos livros, de aproximadamente seiscentos ou mais autores desencarnados, tendo as edições destas obras alcançadas cerca de trinta milhões de exemplares aproximados. Além destes gigantescos acervos literários, científicos e filosóficos, com realce aos livros contendo mensagens de pessoas com recente desencarne, o que provava incontestavelmente a legitimidade delas, perante os entes queridos que aqui ficaram, há também um montante bem maior de mensagens aleatórias psicografadas e dispersas por centenas de milhares de visitantes, que buscaram consolo e aconselhamento junto ao fabuloso médium. O médium de todos os médiuns. Tais pessoas são aquelas que tiveram o privilégio de receberem uma carta dôo pai, do filho, irmão, esposa, já falecidos, informando como estavam lá no mundo maior. E até contando detalhes de suas mortes. São testemunhos irrefutáveis e emocionantes, que dificilmente podemos conter as lágrimas, não de tristezas, mas de alegrias em saber que a vida continua a estuar vigorosa, alegre e bendita após a morte do corpo.

Das mesas girantes, das pancadas, dos objetos voadores ou sendo arremetidos a distância, das pedras atiradas sobre telhados e tijolos que entram pela janela até ao aparecimento de uma imagem de vídeo do “Spiricom”, vão mais de cento e cinqüenta anos de muito trabalho, pesquisas e situações adversas, que somente os pioneiros do Espiritismo podem avaliar.



Tal evolução assemelha-se ao progresso humano na Terra. O homem aprisionado ao chão do planeta deu início a sua marcha evolucionista também com as pedras: a lascada, a polida, até atingir o atual estágio da eletrônica, superando distâncias e tempo na solução de inúmeros problemas. Do mesmo modo encontramos civilizações ainda em períodos paleolítico ao lado da moderna, como também temos as manifestações principiantes ao lado da moderna transcomunicação.



Havendo ou não o “poltergeist” o fato é que vivemos atualmente a era do espírito, não obstante estarmos longe de sermos espiritualizados. Segundo o grande filósofo Pietro Ubaldi, “o homem atual está para o futuro tipo biológico espiritualizado, assim como o pré-histórico estava para o homem atual”. A caminhada é longa, porém como afirmou Emmanuel, o mentor de Chico Xavier “estamos todos a caminho da luz”.

Estas verdades científicas são imutáveis. Colocam o homem agora como senhor do seu destino, uma vez que é agora conhecedor não de milagres, mas de fenômenos; não de fantasmas, mas de seres vivos e reais; não de doenças e mortes, mas da vida sem fim, eterna e saudável.



Se há doenças, se existem dores e aflição é porque estamos ainda acreditando no mundo ilusionista; acreditando ainda nas sombras e nos fantasmas criados por nós mesmos. Como crianças frágeis temos medo de espancar as sombras e os fantasmas. Temos pavor da luz quando forte. E andamos aos tropeços, caindo e se levantando até o dia em que a razão e a fé derem as mãos. Neste dia a humanidade terá dado um grande passo para a materialização do Reino de Deus cá no planeta. Por enquanto ainda é choro e ranger de dentes.

Nem por isso devemos esquecer que acima das nuvens ameaçadoras o sol brilha radiante; acima da passagem do túnel escuro a luz exubera. Por isso, ao ouvir pancadas, passos, louças caindo e despedaçando-se numa algazarra estranha; pedras sendo arremetidas em vidraças e outros ruídos assustadores, não se preocupe. Reze uma oração ao Pai Celestial por este alguém que está perturbando e vá dormir tranqüilo. Mais do que ameaças e problemas barulhentos, os Espíritos velam por nós, que seremos os espíritos desencarnados de amanhã, a velarmos pelos de hoje, os quais estarão encarnados nas mesmas condições que estamos agora, por força das leis naturais, nas quais se insere a reencarnacionista.



Jeovah de Moura Nunes



(publicado no jornal “Comércio do Jahu” nº 21610, quarta-feira, dia 31 de janeiro de 1990 – página 2).







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