O juiz eleitoral da 132ª Zona Eleitoral de Maringá (PR), José Camacho, enviou requerimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explique acusações de que teria usado o erário para gravar propaganda eleitoral no Paraná.
A denúncia foi formulada pela coligação Gente de Maringá, do candidato Silvio Barros (PP), que disputa o segundo turno contra o atual prefeito João Ivo Caleffi (PT), em Maringá (PR).
Lula é acusado de utilizar viagem oficial da Presidência para gravar mensagens de apoio a candidaturas petistas. No dia 8, em visita oficial a Londrina, Lula gravou mensagens de apoio às candidaturas de Nédson Micheleti, em Londrina, e de Caleffi.
A coligação pediu ao juiz que o presidente seja multado em R$ 100 mil. O juiz ainda não decidiu se acata o pedido. Ele decidiu antes ouvir as justificativas do presidente e do candidato do PT.
Lula é acusado de ter feito "um custo expressivo ao erário público com o deslocamento da comitiva presidencial a Londrina". Já o prefeito é acusado de utilizar veículo do município para se deslocar de Maringá a Londrina.
Curitiba
Lula também deve responder a processo na Justiça Eleitoral do Paraná por aparecer ao lado do candidato do PT à Prefeitura de Curitiba, Ângelo Vanhoni, ontem e anteontem. O coordenador-geral da campanha de Beto Richa (PSDB), Fernando Ghignone, antecipou ontem que a coligação vai à Justiça contra Lula "por abuso de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação públicos".
Os tucanos fundamentam a ação dizendo que Lula cometeu crime eleitoral ao permitir gastos de dinheiro público "para fazer propaganda para seu candidato sob o argumento de inaugurar um laboratório que não funciona". Anteontem, Lula inaugurou o prédio vazio e inacabado do laboratório em São José dos Pinhais (PR). Ontem, o presidente gravou depoimento pedindo voto para o candidato do PT em Curitiba antes de voltar a Brasília.
Lula foi multado em R$ 50 mil pela Justiça Eleitoral de São Paulo por ter pedido votos para Marta Suplicy (PT) na entrega de obras da Radial Leste. A Advocacia Geral da União recorreu da punição.