“Cuba, a Tragédia da Utopia”, novo livro do arquiteto e escritor Percival Puggina, está sendo lançado em Porto Alegre pela Editora Literalis. A obra contém uma combinação de narrativa histórica com análise política, social e econômica feita pelo autor, suas observações de viagem, relatos de experiências pessoais e conversas com dissidentes cubanos. A apresentação é feita pelo filósofo e professor Denis Rosenfield.
O livro sobre Cuba é o segundo escrito pelo arquiteto, que já lançou “Crônicas Contra o Totalitarismo”, uma coletânea de artigos publicados na imprensa gaúcha.
Resultado de muitas peripécias do autor em Cuba, o novo livro é uma obra polêmica, como não poderia deixar de ser, em se tratando de Percival Puggina, um escritor de posições inequívocas. O Rio Grande do Sul, que o conhece, sabe disso. Mas esta a “Tragédia da utopia” vai mais longe. Para respaldar seus pontos de vista, Puggina reuniu dados concretos e documentos indesmentíveis, muitos deles certamente desconhecidos dos brasileiros.
O filósofo Denis Lerrer Rosenfield, na apresentação da obra, afirma: "Lógico em seu retrato da dominação castrista, o autor mostra como os traços totalitários do regime, que se esboçavam desde o início, terminaram por se consolidar numa ditadura que não poupa nem seus autores-companheiros. Essa antropofagia, aliás, é uma característica de sociedades totalitárias".
Percival Puggina nasceu em Santana do Livramento/RS e tem 59 anos. Casado, é pai e avô. Arquiteto formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, fez carreira na iniciativa privada atuando em grandes empresas de engenharia do país. Em meados da década de 80 passou a ganhar destaque no cenário político e intelectual gaúcho com a produção de textos requisitados em todo o Estado.
Sua ascensão foi crescente, figurando hoje dentre os nomes mais publicados pela imprensa regional. Ganhou destaque nas demais mídias tevê, rádio e internet por sua condição de polemista e debatedor implacável.
Conferencista com presença habitual em diversos estados brasileiros, tornou-se referência nacional na defesa da Doutrina Social Cristã. Com a chegada do PT ao poder, tanto no Rio Grande do Sul quanto no país, as idéias de Puggina ganharam força e o fizeram um dos mais bem preparados críticos do totalitarismo.
A contracapa do livro contém um texto de um manifesto que Oswaldo Payá Sardinas, conhecido dissidente cubano enviou à última sessão da Comissão de Direitos Humanos da ONU, formulando as seguintes perguntas:
- Por que os cubanos têm que pedir licença para entrar e sair de seu próprio país, e muitas vezes isso não lhes é concedido?
- Por que, se todos somos iguais, há uma classe dirigente enriquecida, enquanto há uma maioria pobre que sequer pode dizer que é pobre?
- Por que a classe privilegiada vive em residências de bairros luxuosos, chamadas legalmente zonas congeladas e os cubanos são perseguidos por tentar construir uma choça ou uma habitação?
- Por que a polícia pede identificação, humilhando negros e pobres nas zonas turísticas?
- Por que há um apartheid humilhante para os cubanos, proibidos de entrar em muitas praias e instalações turísticas?
- Por que tratam de eliminar o nome de Deus, na sociedade e na cultura, impondo o ateísmo a um povo religioso desde a raiz?
- Por que enganaram aos cubanos falando contra o capitalismo selvagem se muitos dos grandes dirigentes comunistas se converteram em novos e únicos capitalistas, enquanto nos seguem dizendo "socialismo ou morte" quando os cubanos querem "liberdade e vida"?