Alguns “pequenos excessos” ao se consumir bebidas alcoólicas, podem transformar a visão de uma pessoa sob outra. O mesmo se dá em relação a determinadas situações, que acabam sendo transformadas em outras, quando na verdade não é o que de fato se passa.
Há até os que independente da bebida, pensa que a beleza externa, pode indicar que a pessoa é portadora única e exclusivamente de altos índices de qualidades...
Estudiosos como Barry Jones, professor de psicologia da Universidade de Glasgow, na Escócia, afirmam que “a percepção de beleza aumenta 25% com 04 copos de vinho ou 11 de cerveja”.
Os indivíduos que normalmente reprimem seus sentimentos, são as mais propensas a fazer cenas ou criar atritos, depois de se excederem na bebida. Infelizmente, nem todos que passam por situações que constrangem e chegam a decepcionar as pessoas, tomam consciência de que fato semelhante não deve se repetir.
Na reincidência de atitudes, em se tratando de um casal, aos poucos, o desgaste, a vergonha, a falta de comprometimento com o pudor, vai ferindo a vida afetiva.
Ciente do feito enquanto sóbria, a pessoa assume seus atos como fraqueza e em meio a promessas, afirma veemente que este tipo de comportamento não mais se repetirá, no entanto, basta um convite e as promessas caem por terra. É aí que o casal começa a se dividir, a mentira passa a ser necessariamente fundamental para uma saída de emergência e esta só, sem sua (seu) companheira (o).
Não há tempo para avaliações, nem tão pouco reconhecimento de falhas cometidas e a cometer, o bom da “farra” apenas para uma das partes, aquela que não reflete a realidade, vai se tornando necessário e junto a esta necessidade, vem a dependência orgânica do álcool.
Em alguns casos a pessoa já não consegue se esquivar do prazer de beber e a bebedeira, em meio a um bate papo, pode pular rapidamente para o assédio e a busca de “alguém” mais compreensível fora do lar. Uns copos extras, não só pode causar “aquelas ilusões de ótica” como também inspira e aguça a euforia etílica, onde a atração primitiva e arriscada, provoca a traição sexual.
Numa época em que “ser atirada (o) é normal” dificuldade para encontrar parceria não existe. Tendo muita opção de escolha e removendo o rótulo de “antiquado” o sentimento se modifica e o momento é só de “curtição”.
O mais complicado é quando o efeito da bebida passa e a pessoa acredita ter encontrado o verdadeiro amor de sua vida. Isso acontece com freqüência o que até então era reflexo da bebedeira, passa a ser compreendido como o início de uma paixão, sentimento aflorado após ter cumprido a obrigação de agir (na área sexual). Não que a bebida seja a culpada exclusiva da traição, mas contribui e muito para que isso ocorra.
Se sentindo bem e sonhando acordado(a), passa a ver na(o) companheira (o) do dia-a-dia, outra pessoa, sente-se lesado(a) na relação doméstica e como se a vida fosse comandada por um controle remoto, se acha com o poder da função de administrar cada botão, pois é muito fácil operá-lo.
Nestas alturas, começa a inexistir o diálogo, ou se tenta ceder com um falso exibicionismo afetivo, a fim de dar maior veracidade de sentimentos às mentiras acumuladas e infiéis atitudes já concretizadas, ou se impõe que o melhor é deixar a conversa para outra ocasião, com a alegação de que com a cabeça fria, pode-se acertar a situação, o que no calor do momento só ira gerar discussão.
E como se nada de anormal estivesse acontecendo, vira para o lado e dorme, afinal, dormir é sagrado e brigar tira o sono da “ressaca”, impedindo que se sonhe com as horas de amor extra conjugal, horas estas que podem permanecer apenas nos momentos passados, como se estender a um futuro relacionamento que dará um basta no casamento, isso quando não se torna o primeiro de uma série...
Até aí, quem estava em casa, muitas vezes em aflição, preocupada (o) com o (a) companheiro (a) sente a repulsa da bebida, nem imagina a proporção que a “noitada” regada a bebedeira, tomou.
Certo que nem todos reagem da mesma forma, há os casos em que necessitam serem esclarecidos imediatamente, pois deixar pra depois é difícil e nem todos conseguem assimilar uma situação da mesma forma e é em momentos assim,que o lado agressivo é externado, ás vezes verbalmente com insultos altamente pesados e sem justificativa em cima de quem “cobra” ou com gestos que passam a violência física.
Em qualquer uma das situações, normalmente o final é o silencio...
O homem em 99% dos casos é o autor de todo este transtorno, que nada mais é que a conseqüência de seu ato, ocorrências com mulheres são raras exceções, pois a mulher continua sendo muito mais família. Embora exista um novo perfil de mulheres, comportamentos, delegacias especializadas, enfim, por uma série de motivos o silencio ainda predomina.
Nada cai no esquecimento, contudo, o assunto do dia anterior, vai sendo deixado pra depois, afinal discutir a relação é tão complicado quanto o álcool que esta entre esta relação.
Com o tempo, o problema tende a se atenuar, uma vez perdido o respeito e o “deixa pra depois” se estendendo, vai tornando cada vez mais difícil a convivência, o que esfria as manifestações de carinho, comuns antes da bebida entrar na vida do casal.
Em recente pesquisa, ficou provado que existe um código de ética, respeitado pelo homem que é preservar mais os amigos, assim sendo, novos convites firmados, encontros em bares, botequins, churrascos, festas, embalos, partidas de futebol, não são rejeitados.
E mais uma vez a história se repete. Alguns tentam se explicar, alegam que a bebida é relaxante, descontrai e não há nada de anormal espairecer vez ou outra; outros não assumem que de gole em gole passaram a necessitar de mais e mais, outros porém, relatam que faz uso do álcool a fuga da realidade, como problemas profissionais e familiares e alguns nem consomem o suficiente para ter determinadas atitudes,mas é na justificativa da bebida que aproveita pra explicar seus atos e acomodar seus erros e mesmo consciente das falhas, parte como se tivesse razão para o ataque.
A bebida que dificilmente é consumida de forma solitária e isolada, pode ser responsável por uma quantidade enorme de prejuízos dentro de uma instituição familiar e para o próprio consumidor.
Além do fator saúde (milhares de pessoas morrem de cirrose hepática) ela tem o poder de transformar o perfeito em calamitoso, ou vice-versa.
A embriaguez, ou uma quantidade relativamente alta de álcool no organismo,pode provocar entre tantas:- a empolgação,ou seja, a pessoa acaba prometendo coisas que não tem a menor vontade de cumprir, a violência (que é um dos fatores que mais se desenvolve); a falta de pudor; a perda financeira; o descompromisso com o cotidiano; a mentira; o esquecimento; a traição; o desafeto...
Dentro de um casamento, ou relacionamento, determinados parceiros, acabam se submetendo a viver no “deixando rolar, pra ver o que acontece” com a esperança de que ainda pode dar certo e voltar a ser o que era.
Isso se dá,porque somos seres humanos e acostumados com a pessoa ao qual escolhemos construir um futuro, parece difícil se adaptar à ausência dela e fingindo que a traição não é falta de caráter, que a proteção e a cumplicidade, são mitos, que o carinho, a carência e o orgulho, não necessitam serem reivindicados, que regar uma relação são atitudes de “frescura” dos que não sabem o que é problema, vão ficando juntos, se acomodando.
Destruída a auto-estima, já esta! Sumir sem dar explicações, pode ser uma faca de dois gumes. Com a intimidade abalada e os laços de respeito rompidos, difíceis se tornam encontrar razões para se manter a vida em comum.
Assim sendo, se o (a) parceiro (a), já se tornou definitivamente um alcoólatra, um bom termômetro (até para medir a vontade e a necessidade deste de mudar) e a melhor saída é tentar conscientizá-lo (a) a buscar tratamento. Agora, se a bebida é apenas uma desculpa pra “viver a vida” e usá-la como argumento pra justificar os excessos calamitosos cometidos, o esquecimento de datas (pois os momentos não se esquecem nunca), por que prolongar uma relação?
Sejamos francos, a mentira de dose em dose, pode ser um veneno pior que a bebida de gole em gole e, assim sendo não há FUTURO, pois quando inexiste a consciência de que a mentira é uma forma de traição e a traição, seja ela qual for é corrosiva, DEVE EXISTIR A NECESSIDADE de provocar neste "mal feitor", no mínimo:- a ressaca moral.