Há décadas que o Brasil vem buscando sua inspiração política nos modelos da esquerda. A constante referência ao “neoliberalismo” que teria sido “imposto” ao país pelo FMI é risível. Até o mais cego observador percebe imediatamente que as idéias esquerdistas mandam e desmandam em nosso país. E faz tempo.
Não é de surpreender, portanto, que nossa economia ande quase sempre para trás. Um país minimamente racional chegaria à conclusão de que é hora de buscar outros exemplos para seguir. Um deles: a Califórnia, de Arnold Schwarzenneger.
Há alguns anos, o estado da Califórnia – cuja economia, diga-se de passagem, é maior do que a do Brasil – atravessou uma de suas piores crises. Apesar de seu característico dinamismo, o estado começou a exportar empregos e a enfrentar crises estilo "terceiro-mundo", como os "apagões" do sistema de energia elétrica.
O que talvez muita gente não saiba é que a crise de eletricidade, assim como muitos dos demais problemas da Califórnia, foram causados pelas políticas esquerdistas e demagógicas do partido Democrata, que domina o estado há décadas. Os “apagões” foram apenas um exemplo entre tantos outros.
Acostumados a trabalhar praticamente sem oposição, os Democratas na Assembléia Estadual criam todo tipo de leis tolhendo a iniciativa privada e "defendendo" trabalhadores e consumidores. Na prática, claro, os trabalhadores vêem seus empregos migrando para outros estados ou para fora do país, e os consumidores pagam preços mais altos e alguns dos impostos mais caros dos Estados Unidos.
Cansados, os californianos substituíram o governador Democrata Gray Davis pelo Republicano Arnold Schwarzenneger, que prometia dar um jeito na economia.
Muita gente imaginou que, promessas à parte, Schwarzenneger não teria outro recurso a não ser "entrar no jogo", obedecendo aos ditames dos Democratas. Arnold, no entanto, mostrou que não é valente só no cinema: assim que chegou a Sacramento (a capital californiana), passou a implantar uma agenda claramente conservadora.
O governador rescindiu alguns aumentos de impostos e taxas decretados por seu antecessor, reformou parcialmente a legislação trabalhista e vetou inúmeras leis prejudiciais ao livre funcionamento das empresas, como um aumento fora de hora no salário mínimo estadual.
O resultado é que a Califórnia vem, pouco a pouco (e antes do que se imaginava), saindo da crise. Desde outubro de 2003, a taxa de desemprego caiu 15%, e está hoje em 5,7%. Só no mês passado, o setor privado da Califórnia criou quase 54 mil empregos. Nos últimos 14 meses, foram criados mais de 165 mil postos de trabalho.
O economista Joe Hurd, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, diz que "esses são os melhores números que já vimos em um longo tempo. É um bom sinal de que a economia vai lentamente se recuperando."
Cortes de impostos e o fim da regulamentação excessiva do setor privado são idéias vencedoras na Califórnia. Sem contar que a recuperação da economia do estado vem sendo ajudada em grande medida pela recuperação da economia americana como um todo. Em Washington, DC, cortes de impostos e diminuição de entraves burocráticos também têm desempenhado um papel altamente positivo.
Não é à toa que John Kerry não conseguiu convencer os eleitores da suposta “fraqueza” da economia do país. Qualquer um pode ver os bons resultados das políticas conservadoras da administração Bush. O comércio americano, por exemplo, está prevendo a melhor temporada natalina dos últimos 5 anos. As caixas registradoras estão funcionando a todo vapor, antes mesmo do início "oficial" das festas de fim de ano, no próximo dia 26.
E para que ninguém diga que o “modelo Schwarzenneger/Bush” só funciona nos Estados Unidos, um recente relatório da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento mostra que até os governos esquerdistas da Europa estão aderindo ao corte de impostos. A carga tributária da Europa como um todo caiu de 39,9% em 2000 para 38,9% em 2002.
17 países europeus promoveram – acredite, se quiser – os hoje famosos “cortes de impostos para os ricos”, como a Holanda, onde a alíquota do imposto de renda para os que ganham mais caiu de 60% para 52%. Ou a Bélgica, que reduziu a alíquota máxima de 60,5% para 53,5%. E as reduções nos impostos pagos pelas empresas foram ainda maiores.
Para resumir: ao invés de seguir as ultrapassadas lições esquerdistas que dão primazia ao Estado sobre o indivíduo, ou de seguir passivamente as sugestões do FMI (que, ao contrário do que muitos imaginam, está longe de ser um instrumento da direita) é preciso urgentemente encontrar a coragem para seguir novos exemplos. Bons exemplos, só pra variar um pouco.