Os radicais israelenses, "acreditam que toda a área entre o Mar Morto e o Mar Mediterrâneo é terra santa prometida a eles" (Superinteressante, dez/2004, pág. 35). Aí está o obstáculo intransponível à paz. A paz será possível quando entenderem que seu deus não é mais do que os deuses de outros povos.
Pesquisa aponta que trinta por cento da população de Israel não acredita em deus. Entretanto, há entre eles os que, pela fé, jamais aceitarão a solução do conflito com os árabes.
"Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas; o Senhor dos exércitos é o seu nome: Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz o Senhor, deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor" (Jeremias, 31: 35-37).
Se essas promessas de Yavé fossem reais, os hebreus teriam dominado o mundo há dois mil e seiscentos anos. Como são apenas imaginárias, eles foram dominados, perderam a monarquia que deveria durar para sempre, perderam a terra que seria sua possessão eterna; todavia, ainda há muitos deles que pensam que um dia poderão ser donos de tudo. Aí está a impossibilidade da paz no Oriente Médio.
Mas, se um dia a grande maioria do povo israelense entender que as promessas divinas são contos elaborados pelo rei Josias, será possível a paz.
Os que não perderam a fé nem duvidam nada das promessas de Yavé, os chamados radicais, não podem abrir mão de parte do território ocupado, porque acreditam que são donos por determinação divina de mais do que ocupam atualmente. E, como o mundo não os apóia nessas idéias, o conflito tende a se estender com a tão conhecida sagrada matança que vem de várias décadas desde que tiveram apoio para se apossarem do território que haviam perdido por séculos.
Não podemos prever, mas acredito que um dia esses radicais ficarão tão reduzidos, que um acordo para o fim do conflito será aceito, para o bem de todos.
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