Na coluna semanal do saudoso sociólogo Gilberto Freyre, em exemplar da antiga Revista O Cruzeiro, há um texto em que o Mestre de Apipucos reclama pelo fato de, algumas vezes(ou muitas?), terem escrito o nome dele com "i" (Freire) e não Freyre(que é o correto). Então, ele diz do trabalho que teve para, por exemplo, retificar documentos, concluindo "não ter culpa de quando foi batizado, ter recebido o nome de Freyre."
É claro que sou um simples bancário aposentado e trovador e não o Mestre, autor de Casa Grande e Senzala!
Todavia, por sofrer dos mesmos inconvenientes, não vejo outra saída que não seja a de lembrar às pessoas - usando o prestígio de uma grande personalidade -, que não é correto se modificar o nome de quem quer que seja, mormente quando a pessoa manda uma ficha digitada (ou datilografada), com sua assinatura: ninguém que tenha o nome Lyra, assina Lira!
A propósito, tenho cópia xerográfica de artigo do escritor Teóphilo de Andrade(Jornal do Comércio,do Rio), em que aborda a genealogia da família Lyra(ou Lira), que teve início no Sec. XVIII, em Nazaré da Mata-PE, quando um italiano casou com uma índia. No texto, o autor diz que tanto Lyra como Lira, são da mesma orígem. Daí, ser Lyra não é melhor, nem pior do que ser Lira : são a mesma coisa. Mas, com o detalhe: se na certidão de nascimento consta uma forma, esta tem que ser respeitada por toda vida da criatura e depois da morte!
Se alguém pedisse, por exemplo, uma audiência ao Governador de São Paulo, Geraldo Alckmim e endereçasse para Dr. Geraldo Alquimim, não receberia nem resposta!
Tais considerações são em motivo de ter obtido uma classificação de Menção Honrosa , no I Concurso Nacional de Trovas de Brumadinho-MG:
"Sendo o sonho uma esperança
também chamada ilusão,
faz-nos, sempre, ser criança,
vendo bolhas de sabão!"
e terem colocado "Geraldo Lira", quando o correto é Geraldo Lyra.
Sei que, assim como o resultado do referido Concurso, em que só obtive uma M.H.; e um dos maiores poetas vivos do Brasil, disse-me ao telefone, que eu merecia o primeiro lugar, "seja pela originalidade, espontaneidade e universalidade da trova", a decisão da Comissão Julgadora "é irrecorrível" e o resultado não será modificado!
Todavia, se vier a participar - se Deus quiser - de novo Concurso em Brumadinho-MG, solicito que escrevam corretamente o meu nome, dando-me a classificação que merecer...