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Artigos-->Bem, há certas coisas que... -- 01/02/2005 - 11:29 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Paulo Milhomens

Ator e estudante de História

paulokalil@hotmail.com



Lula vaiado em Porto Alegre? Tudo bem, convenhamos, a política econômica do governo ( lastimável!) não corresponde aos nossos votos, mas vamos raciocinar juntos: se vaiamos um representante popular no Fórum Social Mundial, porque não vaiamos FHC quando submeteu nossas estatais à enxurrada de privatizações comandadas por seus 8 anos de mandato? É verdade, o discurso de Luiz mudou, Frei Beto e Cristovam Buarque deixaram o planalto – só para citar alguns nomes – , todos nós ainda estamos cheios de expectativas. Infelizmente as esferas do poder estão aquem da percepção da plebe, e isso, por si só, nos deixa menos políticos enquanto sociedade civil ( se quiséssemos sê-lo!), o que varia muito no contexto sociológico. Será que estamos no caminho certo? Bem, vamos gritar e reclamar, mas onde está nossa proposta? Se ofendemos é porque nos bateram ( sempre apanhamos ), até quando!? Nós, intelectuais esquerdistas, social-democratas, tradicionalistas e anarquistas temos certeza do que pregamos!? Se eu perguntar ao leitor o que acha de sua bandeira ideológica, saberá me responder? Grito de estudante “revoltado” imediatista/funesto com jargões que soam mais como trocadilhos de cartilha, é sinal de inteligência? Qualquer criança de sete anos põe uma faixa nas mãos e grita com os mais velhos “Abaixo FMI”, “Fora Fernandos”, “Não ao Banco Mundial”. Sejamos adultos e gritemos o seguinte: mais recursos para a cultura, mais empregos, melhores salários, prioridade absoluta à educação, decuplicar recursos para a pesquisa, mais investimentos em saúde e prevenção, reforma agrária moderna e segurança alimentar, habitação, lazer e transporte acessíveis a todos, níveis de crescimento como os da China e distribuição de renda como a da Europa, aprovação e implementação do plano plurianual discutido com a sociedade, planejamento estratégico para um Brasil como queremos. Isso, é o diálogo para uma reeleição ou transição ( mas não estamos passando por uma? ), caso não esqueçamos que as elites nunca engoliram Lula, e não quero ver a devastação que essas criaturas vão fazer por aqui se chegarem ao planalto novamente. Sinceramente, saio do país. Temos no modelo russo uma boa metáfora – embora ainda não esteja falando de um processo socialista no Brasil – do problema que os sovietes causaram, até se assemelha um pouco ao nosso. Os conselhos administrativos da União Soviética recriaram a aristocracia do czar, gerando uma dissidência partidária anterior a Lênin e Trotski. O verdadeiro fundamento político capaz de transformar a Rússia em uma nação industrializada, com terras distribuídas pelo Estado tornou-se um pesadelo econômico na reorganização civil do país. A revolução de outubro ganhou novos rumos. As novas doutrinas geradas com os distúrbios partidários fizeram da Sibéria o brinquedo predileto do totalitário Stálin. A república brasileira só vai representar uma mudança significativa quando levar-mos a proposta seguida pela crítica. Todas as opções e urgências citadas acima estão concentradas no desenvolvimento econômico de uma potência futura. Quando chamamos alguém de “traidor”, temos certeza de que não traímos alguma vez nossos conceitos? Não estaríamos mais uma vez enquadrados no modelo dominante da mídia nossa de cada dia, que nos enche de preconceito em relação à identidade e soberania nacional? Talvez tenha chegado a hora de vaiar, então somos programáveis? Claro que somos! O falso otimismo dos aspirantes jornalistas do ensino superior almejam a canastrice de Arnaldo Jabor e Fátima Bernardes, o que é uma preocupação pouco lembrada. Todos estão a par da realidade quando se omite tudo neste país? Não se irrite, há excessões – a minoria pensante está reduzida a meia dúzia de intelectuais – nas academias e no senso comum, mas são disposições raras no exercício da inteligência, onde esperteza é mais conveniente do que culturalismo.



Então tomemos cuidado e saibamos de uma vez por todas que, ideologia é vendida como lata de cerveja, e estou certo, nossa ausência de memória histórica irá julgar-nos como procedemos em relação a nossos líderes. Daí é que surge a velha anedota: “Cada povo tem o governante que merece”. Percebo um resquício monarquista na alma do brasileiro, onde os produtos da colônia eram trazidos pelos ingleses aos aristocratas do café, regozijando a “fineza” cultural dos europeus em detrimento da massa de pobres e analfabetos existentes. Hoje não é diferente, o gosto médio da população está nas telenovelas, no Big Brother, em Sílvio Santos, etc. O próprio enfoque dado ao Fórum Social Mundial pela mídia é desprezível, como se tudo estivesse resumido a uma grande confraternização internacional ( o que também é verdade!) entre os participantes. O enfoque dado ao Brasil é sempre uma invenção do ponto de vista de quem escreve a história. Carregamos dois mandatos tucanos nas costas com todos os seus problemas, e não fizemos o que realmente poderíamos fazer: tirar democraticamente um governo irresponsável e impopular. Herdamos a confusão mental da imposição direitista tucana, e agora, vaiamos uma opção há muito esperada para compensar um posicionamento político ingênuo e superficial. Isso está sendo levado em consideração? Não. Sejamos honestos: nem sempre agimos como o contexto pede.

Pensar também é agir. Pensar três vezes é bem melhor.



Fonte: Revista Caros Amigos





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