E eis que se hasteia a bandeira vermelha do ANDES-SN no mastro da Bandeira Nacional no Ministério da Educação e Cultura, em um não longínquo 31 de outubro de 2001. Esse pequeno momento na cronologia do tempo foi como um rastro de luz de um holofote iluminando a escuridão: Um País, que naquele momento, se chamava ANDES!
Assim mesmo se desenrola a história humana. Temos guardado uma simbologia do “ideal” dentro de nós: o país, a universidade, o sindicato, a sociedade, o ser humano “ideal”. Lutamos na construção desse objetivo, acreditamos nele e nesse contexto, naquele dia, para alguns que lá tiveram o privilégio de estar, um país chamado ANDES trouxe, simbolicamente, a ideação de que estávamos no caminho certo.
Mas há que se entender que o ser humano é cheio de antagonismo, dialética e contradição. Somos homens de Neanderthal e Homo sapiens em constante alternância, obviamente, em cada um de nós, com predominância para um dos pólos.
Se tal predominância se faz para o pólo mais Neanderthal, procuramos soluções mais imediatistas, egoístas, em que “o importante sou eu e no máximo, minha família”, numa competitividade selvagem. Essa cena não nos é estranha e reflete, talvez, nosso atual modelo social.
Gravitamos, então, entre esses dois extremos com uma vasta tonalidade de expressão em cada um de nós.
Essa consciência é importante, embora não seja preventiva, para que possamos construir o “ideal” a partir de nós mesmos e daí, partamos para aglutinar esses preceitos coletivamente. Somos, enquanto intelectualidade, responsáveis pela construção de um degrau na história política desse país. Se os resultados do que julgamos “ideal”: política justa de educação, dignidade e cidadania ainda não faz parte da vida dos brasileiros, estamos aí com a responsabilidade de dar continuidade a essa obra extensa, intensa, projeta por uma minoria de arquitetos sociais, que também são humanos, passíveis de cometer erros. Então, companheiros, sejamos conscientes que a construção desse degrau da escada que vai dar, um dia, na sociedade “ideal” depende muito de nós.