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Artigos-->Filosofando sobre a fuga... -- 22/03/2005 - 19:04 (elvira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que representa a fuga?Se formos ver o seu significado a qualquer dicionário,temos a metalinguagem imediata,

do Lat. fuga, s. f., acto ou efeito de fugir;saída;escapatória;subterfúgio;orifício por onde o fole recebe o vento;orifício dos alambiques;e até mais circunscrito à região de Trás-os-Montes, parte da rabiça entre o teiró e o ferro.

)retirado do dicionário online da Texto Editora).Ora todos nós falantes da Língua temos essa ideia de fuga prototipicamente falando, apesar de não dominarmos a sua metalinguagem e para isso temos os "ensina inteligentes", como eu digo aos meus alunos em tom de brincadeira.Mas em termos de existência, de vivência, o que é a fuga?Enquanto estava a ouvir alguém que aprecio bastante,pese embora a sua indignação repetitiva perante uma questiúncula do quotidiano, dei comigo com ânsias de fuga...por vários motivos,logo, com uma pré-intenção ou até estratégia de defesa.Decidi lançar o desafio a uma comunidade de falantes e escreventes de Língua portuguesa,pedindo-lhes que tertuliassem em Língua escrita sobre esta palavra que bem esmiuçada encerra uma filosofia mais complexa.Assim e de acorod com a minha mundividência e reflexão correlatas afuga pode ser física, pode ser psicológica e/ou física e psicológica.Física no sentido em que se observa a deslocação da matéria, do corpo, para outro espaço onde este não é,não deve( intenção à priori)ou não pretende ser reconhecido, por vários motivos.Este corpo possui uma mente que o comanda e esta apesar de deslocada por este corpo, pode não ter acompanhado esta deslocação,fazendo sofrer(em termos de emoções) a entidade envolvida neste processo de fuga.Encontram-se corpo e mente desencontrados.Neste desencontro ou encontro, consoante a situação,pode coexistir um sentimento aglutinador: a saudade.Esta pode revestir-se de várias formas: saudade de si, saudade do outro, saudade de um espaço...Mesmo acreditando-se a fuga deliberada e à priori consciente!

Também temos a fuga estratégica (revi-me nesta), quando o sujeito não suporta determinada vivência, circunscrita no espaço, porque o tempo já é inexoravelmente diferente.

Se a fuga for racional, então,o corpo predispôe-se mais apetecível à mudança, pois todo o tipo de fuga, já enunciado e no seu sentido globalizante,provoca mudança.A forma como reagimos à atitude subsequente ao facto em si é que diverge, consoante a lucidez do mesmo.

Porém, a fuga que está sempre a ocorrer, ainda que não logo perceptível, pelo menos pelas entidades que nos rodeiam, é a fuga sem saír do espaço, tal qual a viagem de Xavier de Maistre, dentro do seu próprio quarto.Encarada deste modo atrevo-me a considerar a fuga como o permeio para a ubiquidade, embora sempre vivida interiormente.Estar presente, mas ausente, ou estar em dois espaços ao mesmo tempo.Esta é a fuga que o indíviduo cada vez mais cultiva,para além do número de autistas comprovados, temos também os autistas funcionais.Há quem faça essa fuga por meio da meditação e depois de tanto treino, consegue em qualquer situação eclipsar-se...gabo-lhes a atitude, pois evitam muito aborrecimento.Porém neste fica/vai, se perceptível,há um senão: o facto de ser encarado como má educação, deselegância,desinteresse, snobismo, arrogância...cada um processando a atitude de acordo com os seus valores ou aprendizagens!Esta fuga tem de ser acompanhada de um pragmatismo indicador de atenção,respeito...lembro-me daquele senhor que estava a comer a sopa absorvido e a milhas de distância...a neta interpelou-o e ele longínquo nada respondeu o que fez a menina calar-se.Quando veio a si, ele que tinha gravado à superfície da sua memória a curto prazo a interpelação da sua netinha e tendo já comido a sopa, questionou a neta sobre a razão da sua investida, ao que a neta muito displicente respondeu:-Agora não interessa avô, pois já comeste a mosca que tinhas na sopa!Fugas que têm de ser treinadas para ouvirem o apito do exterior de modo a evitarem desastres ou até peripécias ridículas.Se assim for , a fuga torna-se uma mais valia, evitando, como já proferi supra, muitos aborrecimentos, pois a vida é feita de momentos que podem tornar-se nefastos se dermos troco a muitas libertações de bilis domésticas..No casamento esta fuga trabalhada é a melhor estratégia para manter a máxima Católica"Até que a morte nos separe".Há quem lhe chame fingimento...eu chamo-lhe fuga abençoada, porque ninguém é de ninguém, especialmente no que concerne à massa cinza: ao pensamento.

E muito mais poderia falar sobre fuga, adequando à realidade que vivemos,por isso defendo o léxico cognitivo que se radica na vivência de cada um aplicada a um determinado referente, tornando-o mais significativo, mexendo com várias áreas do saber, provocado pela fuga da Língua.

Elvira:)
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