Usina de Letras
Usina de Letras
26 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63236 )
Cartas ( 21349)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10683)
Erótico (13592)
Frases (51761)
Humor (20179)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4949)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141311)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6356)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Em algum lugar no cerrado... -- 23/03/2005 - 19:19 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Parece até piada. Lembrei daquele filme, aí me dei conta das peripécias que o Tocantins viveu nos últimos seis anos. De certa forma, não há novidades. Esse Estado conta com aproximadamente 2 milhões de habitantes, a capital, Palmas, já com 180 mil. Estamos na região na região Norte (juntamente com o Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá e, claro, um pedacinho do Maranhão que obviamente não consta no mapa) e isso equivale dizer que o Tocantins é o terceiro Estado mais pobre da federação, perdendo apenas para o Maranhão e o Piauí. O índice de analfabetismo, só na capital, beira os 40%. O déficit habitacional do Estado chega a 100 mil moradias e 600 mil pessoas estão abaixo da linha de pobreza. Exato, meio milhão de miseráveis sem moradia fixa vivendo em nível de abandono. Em Palmas, desde que houveram as demissões no serviço público Estadual e Municipal (cerca de oito mil exonerados), com a reestruturação governamental, a situação é problemática. De qualquer forma, as propagandas emitidas no país afora sobre o Tocantins foram reduzidas pelo Estado local. Durante o mandato consecutivo de Siqueira Campos (1994/1998/2002) a mídia foi literalmente posta a serviço dos interesses corporativistas mantidos através de inúmeras concessões nacionais e internacionais. A bancada mais poderosa do Tocantins é a UT – União do Tocantins, agregando siglas como PFL, PSDB, PTB e PL, todas vinculadas ao latifúndio bovino, grandes empresas e tráfico de influências, e claro, à vida política. Para se ter uma idéia da conjuntura, todas as esferas administrativas eram aliadas a Siqueira Campos. Órgãos como TRE (Tribunal Regional Eleitoral), TJE (Tribunal de Justiça do Estado), OAB-TO (Ordem dos Advogados do Brasil), MPE (Ministério Público Estadual), Polícias Militar e Civil ainda estão sob a custódia paternalista de Siqueira. O atual governador Marcelo Miranda, ex-presidente da Assembléia Legislativa como Deputado Estadual parece tentar romper com os vícios de seu predecessor. Até a imprensa mudou um pouco, mas a opinião pública não se convenceu: a visão que Marcelo Miranda estabelece no seu terceiro ano administrativo é de um "capataz rebelado". Sem tanta autonomia, bem simpático, menos inteligente, um tanto conservador e sem expressão política. Seu pai, que compõe pasta na Secretaria de Planejamento, seu tutor e conselheiro é quem dita as regras. Este senhor, de nome Brito Miranda, articula uma futura aliança com o PMDB de Michel Temer. Quando o ex-governador Siqueira soube disso, internou-se numa clínica em São Paulo para tratar um câncer na próstata (há quem diga que nunca esteve doente). Enquanto isso, nas eleições municipais de 2004, Marcelo dá claros sinais de desgaste em relação à candidata da UT para prefeitura de Palmas, Nilmar Ruiz (PL). O candidato de oposição, Raul Filho (PT), vence facilmente com uma diferença de 30 mil votos. Claro, ninguém esperava essa surra. Mas o governo atual não começou tão bem, antigos aliados políticos de Siqueira voltaram ao poder. O velho dilema: as alianças políticas comprometem as reais intenções do partido e sua filosofia. Para se ter uma idéia, o atual Secretário de Cultura já foi prefeito. O mal que há nisso? Nenhum. É bom ser prefeito, agora levar dois processos por improbidade administrativa e ficar impune, aí é o fim da picada. Teve o disparate de dizer em uma reunião com a classe artística que não "existe" produção cultural na cidade. Fala sério...



Enquanto isso, Siqueira Campos se prepara para indicar um bom nome ao pleito estadual. Seu filho, o senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB), chegou a ser cogitado como mais um filiado ao PT, recusada a filiação, tenta posar de bom moço, coisa que não pega tão bem como antes. Existem muitas especulações a seu respeito (rádio peão), inclusive, seu envolvimento com o tráfico de drogas na Amazônia Legal. O problema é que a Secretaria de Segurança Pública do Estado prefere ver Satanás do que investigar tais estórias. "A gente vai levando, a gente vai levando"... como diz a canção.



Já tivemos muitas sagas: greve da Polícia Militar repelida pelo Exército, tentativa de privatização de uma universidade pública desrespeitando a voz dos estudantes, sem tetos expulsos de ocupações urbanas (contrariando o elitismo arquitetônico de Palmas), perseguição política contra intelectuais, etc. A província têm das suas. Se fosse enumerar tantas outras anedotas sobre o Tocantins, seria caso de um livro. Pensando bem, vou parar por aqui. Depois eu volto. Para quem fica, um olhar simples para a multidão.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui