No inverno as folhas caem. O céu se torna denso e carrancudo. A terra se cobre numa imensa tristeza de dar dó. A floresta canta em murmúrios tristes. Até as aves ficam preguiçosas. Na verdade a vida soluça seus momentos numa lenta agonia.
Dali a pouco se destampa em lágrimas. Dá naquela choradeira que é um toró só. E lá vem o outono com suas águas do cio. E o mundo se remoça. Reveste-se, floresce. Semeia o verde da esperança e planta em nosso seio um novo pretexto.
A nossa vontade de viver segue em frente até encontrar o sol escaldante do verão. Porque ainda podemos chorar. As lágrimas de outono permanecem retidas em nós. As nossas dores são pequenos regadores que mata a incrível sede da terra.
São os nossos esforços que mantém a terra hidratada durante o verão. Só assim ela se mantém viva para aguardar a primavera.
A vida possui um pequeno ciclo de escolhas e fatos. Detalhes que passam e repassam. Assim como a terra o mundo precisa renascer.
A Páscoa para nós é um momento único de renascimento. Talvez seja o princípio da dignidade cristã. E mais do que nunca é preciso viver essa Páscoa. Restabelecer o vínculo da fé com a vida.
O universo conspira por uma eternidade justa que ofereça amor e amizade aos homens de boa vontade. Porque a vida é de um dom caprichosamente vencedor.
Por isso a Páscoa vem a cada ano como uma primavera. Trazendo para nós a oportunidade de renovar os convênios com o Pai Celestial. Para que um dia possamos assim comemorar grande intimidade com a vida.
A Páscoa é o aniversário do amor. Devemos cantar parabéns para a vida que a cada dia nos dá mais esperança. Feliz Páscoa!