"Pois não se celebrara tal páscoa desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco nos dias dos reis de Judá" (2 Reis, 23: 22). O texto fala do retorno a um ritual abandonado havia séculos. Todavia, as recentes descobertas arqueológicas indicam que essa foi a primeira vez que a páscoa foi celebrada.
A guarda do sábado e o sacrifício de animais eram práticas hebraicas cujas origem já se teriam perdido no tempo. Mas a páscoa era algo desconhecido nos dias dos reis bíblico até Josias.
Josias determinou uma reforma do templo. Nessa reforma foi encontrado um livro que continha os primeiros livros da bíblia com a lei mosaica, esta contida nos livros Êxodo, Levíticos e Deuteronômio (II Reis, 22 e 23). Aí foi descoberta a páscoa.
Segundo nos informam Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman, em A BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO, a arqueologia moderna e a análise literária aponta várias contradições entre os fatos e a história patriarcal de Israel.
1. Embora a arqueologia seja capaz de detectar sinais muito menores, nada encontrou sobre a peregrinação da grande multidão de Israel pelo deserto.
2. A análise de registros egípcios antigos não apresenta nada de referência a um povo chamado Israel no Egito, assim como nunca se refere a uma pessoa como Moisés.
3. A primeira menção a Israel nos registros do Egito fala de um povo existente na região de Canaã, não no Egito.
4. Os registros encontrados da época em que Israel teria destruído várias nações da região informam que essas nações não sofreram nenhuma destruição na época.
5. Escavações do sítio da cidade de Jericó informam que a cidade não tinha nenhuma fortificação na época em que a Bíblia apontam a queda de seus muros ao som das trombetas do exército de Josué.
6. Algumas cidade, como Hebrom e Bersheba, não existiam na época apontada na Bíblia, mas só vieram a existir pouco tempo antes dos dias de Josias.
7. Enfim, a geografia apontada na história patriarcal era exatamente a existente nos dias de Josias, que divergia muito da existente ao tempo da história patriarcal.
Essas e outras constatações levaram os estudiosos à conclusão de que toda a história foi redigida pelos escribas do reino a mando de Josias, para levantar o ânimo do povo na luta contra os inimigos, na tentativa de reunir Judá e Israel em um só reino poderoso.
Como o povo acreditou que tudo aquilo fosse fato, passaram a crer que um dia Yavé lhes daria o domínio do mundo, e passaram a comemorar a páscoa, que foi apontada como sendo memória de um milagroso livramento da nação de um cativeiro egípcio.
Como os cristão crêem que o povo hebreu foi abandonado por seu deus, que está ao lado do cristianismo e Jesus morreu pelos pecados do mundo abolindo o sacrifício de cordeiros, a páscoa cristão comemora a ressurreição de Jesus em lugar a libertação de Israel do cativeiro.
Essa comemoração da libertação, conforme os estudos apontam, deve ter sido inventada por conveniências políticas. A primeira comemoração da páscoa pode ter sido aquela determinada por Josias.
Ver AS ESTÓRIAS MAIS FURADAS
|