"É de estarrecer o que se vê atualmente na imprensa, o cinismo com que se aborda a questão da assim chamada Operação Condor.
Sabe-se que havia uma Internacional Comunista (Komintern) que pretendia impor o regime soviético a todos os cantos da Terra. Sabe-se também que o brasileiro Luiz Carlos Prestes era um agente do Komintern, recebia salário de Moscou e pretendeu fazer do Brasil um imenso "gulag" no levante conhecido como Intentona Comunista, em 1935. Cantado em verso e prosa por Jorge Amado e pelos bicheiros das escolas de samba do Rio como o "Cavaleiro da Esperança", Prestes na realidade já fora, anteriormente, o chefe dos "cavaleiros do apocalipse", ao comandar a Coluna Prestes, espalhando o terror no sertão brasileiro, com roubos, estupros e assassinatos, como comprovam as memórias de Juarez Távora, recentemente liberadas. O mesmo facínora mandou matar Elza, uma comparsa da fracassada Intentona, ao desconfiar que a mesma havia entregado companheiros à polícia (veja o livro "Camaradas", de William Waack, com pesquisas em arquivos de Moscou).
Sabe-se, ainda, que em 1967 foi criada a OLAS, em Cuba, com a presença de Salvador Allende e Marighella, entre outros, para "criar um Vietnam em cada país sul-americano", nas palavras de Fidel Castro. Che Guevara tentou isso na Bolívia e teve o que mereceu. A OLAS desencadeou "olas" (ondas) de movimentos revolucionários em todo o Cone Sul, por isso se explica o grande número de grupos terroristas, como a ALN, o MOLIPO, a VPR, o MR-8 e muitos outros, que se formaram a partir de então no Brasil, não para lutar pela democracia, contra a "vil ditadura militar", porém para tentar impor aqui a ditadura comunista. Brizola também recebeu dinheiro de Fidel Castro para iniciar uma guerrilha no Brasil e foi acusado por este de "el ratón", por não saber explicar o sumiço de 100 mil dólares.
Apesar de se saber tudo isso, os terroristas sobreviventes tentam desmoralizar as Forças Armadas do Cone Sul ao imputar-lhes um crime que nunca cometeram. Jornais importantes, como o JORNAL DO BRASIL, apenas relatam uma face da moeda. Criminosamente, deixam de dizer apenas a verdade: nunca houve uma "central do terror" no Cone Sul. O que houve foi apenas a coordenação dos governos locais para fazer face à internacional do terror que tentou impor aqui o pior pesadelo que a humanidade já conheceu: o comunismo.
Se querem desvendar toda a história, o que seria correto, comecem por historiar o que os terroristas foram aprender em Cuba, quantos bancos assaltaram, quantos assassinatos promoveram. E depois, somente depois, opinem sobre serviço executado pelas Forças Armadas - por sinal, muito bem executado.
Essa turma toda se parece com urubus que tapam o nariz ao sentir a carniça exalada pelos mortos dos outros, esquecendo-se de que a maior carniça é aquela exalada pelos 110 milhões de mortos que eles mesmos promoveram neste século, mau cheiro, este sim, longe de acabar."
(Félix Maier, Brasília - "Jornal do Brasil", de 01/07/2000)