Os homens gostam de brincar de Deus, querem ter as rédeas de tudo, inclusive da vida dos outros seres humanos.
Tais reflexões me acodem no exato momento em que tomo conhecimento que Terri Schiavo encerrou a sua passagem dramática pela vida terrena. A notícia, no jornal americano dizia simplesmente: Terri Schiavo morreu hoje, mas o debate continua.
Sim, continuará repercutindo nos quadrantes da terra a história da luta tenaz dos pais dessa senhora americana para que ela continuasse vivendo. Todos os juízes de todas asa cortes negaram-lhes o direito de ter a filha, mesmo em estado praticamente vegetativo a seu lado.
Li o artigo de um médico no Jornal do Brasil de hoje, comentando a desesperada tentativa daqueles pais, entendendo que se trata, o modo como foi visto o caso, segundo a ótica de certos grupos, como um episódio de eugenia ao invés de eutanasia.
De certo modo, creio que ele tem razão: segundo a lógica do mercado, dos interesses econômicos, espécies de Hitlers redivivos, os doentes, os malformados, os portadores de paralisia cerebral, como se fossem as árvores do exemplo bíblilco, devem ser ceifadas e arremessadas ao fogo. Morte aos infelizes! Morte aos aleijados! Morte aos doentes!
É um episódio triste, sem a menor dúvida, que nos deixa com uma enorme decepção de integramos o gênero humano, tão equidistante, tão frio, tão pragmático, tão baseado numa estulta relação custo-benefício.
Fico pensando em como Nosso Deus e Senhor enxerga tudo isso.
Rogo ao bom Pai que acolha em seus braços essa senhora tão sofrida, tão resistente, tão vítima dessa tão propalada NATUREZA HUMANA.