993300>Amigas e Amigos brasucas, se aí pelo Brasil virem nas bancas o título siglado que insiro, experimentem ler o "24 Horas", espécie de sério divertimento informativo que conjuga e aborda diariamente os mais diversos parâmetros da complicada vidinha dos portugas. Sobretudo, este cada vez mais expansivo matutino, distingue-se pela concisa liberdade de expressão em que milita, estando-se nas tintas se ela é branca ou preta, rica ou pobre, crente ou ateia, homem ou mulher, conveniente ou inconveniente seja a quem for. Por exemplo, assim:
A GRANDE PALHAÇADA

Há "coisas" tão miudinhas a fingirem-se tão grandes...
O nosso novo Primeiro-Ministro e o seu elenco governativo têm estado muitíssimo bem em face do devorador protagonismo televisivo que não cessa de apoquentar perversamente as mais lídimas personalidades do país.
Desta feita o Engº. José Sócrates, quiçá grato pela promoção obtida noutros intensos momentos, cedeu à tentação de se submeter à sibilada bisbilhotice politiqueira de Judite de Sousa, na "Grande Entrevista".
Também muitíssimo bem, respondendo serena e cordialmente, limitou-se a reafirmar as intenções políticas que os portugueses bem conhecem e que, outrossim serenamente, aguardam que se implementem em resultado prático.
A felina Judite insistiu e persistiu a escarafunchar a sensata atitude dos actuais governantes em guardarem relevante distância do televisionismo que tantas boas e incautas almas tem enviado para o inferno. Não quis indagar, por exemplo, se João Soares se disponibiliza ou não candidatar-se à Câmara de Sintra; se os idosos em estado de carência terão de esperar muito tempo pelo alívio condigno da sua sobrevivência.
Pelo tranquílo sorriso, vislumbrou-se em Sócrates a elegante concisão de colocar um termo amigável ao processo da "grande palhaçada" contra informativa que não se cansa de achincalhar os dignatários do Estado.
António Torre da Guia |