993300>Desde que li a mensagem do sábio hodierno que, sob inteligente teoria, afirma que o nosso planeta teve origem no Big Bang, espécie de gigantesca explosão ocorrida há milhões de anos no Universo, como me alicerço racionalmente na convicção de que "tudo-tudo" é relativo, de imediato liguei o propalado desiderato a todas as coisas. Mais: refere-se que os efeitos do Big Bang estão ainda em fase expansiva, o que indicia que o termo da vida colectiva está muitíssimo longe de consumar-se, ao contrário dos disparates da cambada que intenta assustar-nos o miolo para sobreviver à custa do nosso suor.
Ora, se colocarmos "Big Bang" e "Verdade" lado a lado e sob o enunciado que acabei de produzir, facilmente se deduz que a "Verdade" também será um elemento expansivo que demora muitíssimo tempo a concretizar-se. Quando muito, pois, começamos por conhecer um bocadinho do princípio da "Verdade", a qual, sob minhas experiência e opinião, decorre numa amalgamante sucessão de pequenas verdades e pequenas mentiras.
Estava eu então a racionar sobre coisas grandes e importantes e de súbito desemboco numa vulgaríssima coisinha simples: o caso Desábato, que eu e o Miguel Viscardi abordamos superficialmente aqui na Usina, também baseados em impressões superficiais que naturalmente sempre carecem de amadurecimento.
Eis que chega o Geraldo Lyra com um pouco de mais sumo sobre o caso e, pelo menos eu, ao reler-me no que de passagem escrevi anteriormente, tenho de concluir que, deveras, a "Verdade" carece de tempo para demonstrar-se. Por isso, quiçá, a Igreja demora largo tempo a designar os santos, dado que o Diabo não cessa de aspirar à santidade.
Saravá... Para nos expandirmos à vontade enquanto não for verdade. Se ainda pomos santos no altar, quanto tempo mais demorará a "Verdade" a chegar?... Vai chegando...
António Torre da Guia |