Quando estamos prestes a transpor um desafio somos acometidos por uma certa euforia diante da possibilidade da vitória.
As incertezas nós passamos pelo filtro da confiança. Então, percebemos que há necessidade de enfrentar esse obstáculo. Porque esse enfrentamento afaga nossa auto-estima. E nos estimula a sermos os eternos lutadores. Só não devemos ser derrotados antes do tempo. Esse tipo de derrota não cabe dentro dos nossos sentimentos humanistas.
E os desafios, os bons desafios, são uma prova. Um direito que ofertamos a nossa dignidade. É uma atitude que herdamos da nossa trajetória e da nossa consciência.
Assim, nas doces ocasiões que a vida nos proporciona em um entardecer chuvoso, ou na solidão de um mate cevado com o coração. Decidimos: Vamos fazer a hora. Não vamos esperar acontecer.
Não somos mais cabritos silenciosos que acatam serenamente ditames ardidos ou verbetes desaforados ocultos em conspirações na calada da sesta.
Nem sei se ainda somos cabritos. Talvez humanos malditos por ousar e buscar a vitória.
Diz o poeta que havia uma pedra no caminho, mas pra quem não anda sozinho, a própria trilha liberta. E esse é o sinal de alerta para sermos viandantes.
E se a pedra continua estática e complacente, ela nos revolta. Não olhamos mais para essa rocha e somos indiferentes a sua existência. Apenas nos indignamos com a sua previsível obediência às capas pretas desbotadas pelas intempéries dos anos.
As circunstâncias estão postas e nós procuramos as respostas em um bate-papo informal.
Nós queremos novas propostas e uma vida feliz. Nós queremos rostos novos que significam a mudança. E, também, caras antigas, pois ali encontramos a experiência. Essa é a essência de um time que joga junto.
Não somos cabritos silenciosos e não berraremos a esmo. Nós também berramos nos comícios e trazemos nas faces os indícios das agruras da vida vivida no intenso autenticar dos dias.
Nós queremos berrar contra as injustiças. Nós queremos berrar contra a truculência e o descaso dos senhores dos gabinetes.
Cobraremos, sempre, o sonho que a esperança derrotou porque somos lutadores que lutam uma vida inteira.
Nós queremos berrar e berrar decentemente. Nós queremos berrar nos divertindo. Nós saudamos o comportamento irreverente porque nos alegra essa maneira de vida. Esse sonhar acordado. Essa coisa mal-dormida. Esse corpo simplesmente presente nas ladeiras da vida.
Pois nós somos o bom cabrito que berra e berra latente. Eternamente. Sinceramente.