Resumo: A América Latina continua sendo campo fértil para a chamada "esquerda católica" e eventos como o Fórum Social Mundial. Como tais desafios serão encarados pelo Papa Bento XVI?
A América Latina, por ter o maior número de católicos, é um continente de esperança para a Igreja. Não obstante, causa preocupação que continue sendo o reduto da chamada “esquerda católica” e de sua mentora, a teologia da libertação. A “esquerda católica”, depois de promover revoluções no continente e de causar estragos no rebanho católico nas decadas de 70 a 90, parecia haver perdido força e alguns vaticinaram sua extinção. Porém ressurgiu, contribuindo para criar um novo engendro, o Fórum Social Mundial (FSM), uma enorme rede de movimentos revolucionários (ForoSocialMundial:DeseoMasInfo).
Em torno do FSM articulam-se governos da esquerda radical como os encabeçados pelo presidente Hugo Chávez, da Venezuela, e pelo ditador comunista de Cuba, Fidel Castro; movimentos indigenistas que vêm desestabilizando países como Equador, Peru e Bolívia; e outros governos de esquerda aparentemente moderada, como os do Brasil e Uruguai, que dão prioridade às estratégias pós-gramscianas da “diversidade” revolucionária, germinadas no FSM, para efetuar a transposição indolor e inadvertida das mentalidades.
Destaque Internacional tem abordado em inúmeros editoriais estes problemas, nos quais se interpenetram aspectos políticos, sociais, econômicos e religiosos EnvíenmeGratuitamenteEditorialesAnteriores), os quais remetemo-los ao leitor interessado. Existem sem dúvida outros problemas que poderiam acrescentar-se, tudo o qual constitui um desafio não pequeno para o novo Pontífice, Bento XVI, sobre cujos ombros pesa e de cujos lábios depende, em um sentido ponderável, o futuro do continente.
É compreensível, então, que na América Latina exista expectativa sobre como Bento XVI irá abordar esses pontos nevrálgicos que afetam a realidade continental.
Para o próximo dia 20 de maio, em Havana, um grupo de pacíficos opositores cubanos, liderados pela ex-presa política Martha Beatriz Roque, convocou uma assembléia da sociedade civil com o objetivo de incentivar o estabelecimento em Cuba de uma autêntica democracia. O interesse que esse acontecimento pacífico está criando na comunidade internacional, tem colocado o regime de Havana em uma situação que resulta difícil simplesmente reprimir e encarcerar a esse punhado de opositores. Todavia, à medida que se aproxima o 20 de maio, a tensão vai crescendo e tudo pode acontecer em Havana. Neste sentido, Cuba poderá constituir um teste decisivo para o novo Pontífice e para a diplomacia vaticana.
De Madri, Javier González, em nome da agência Destaque Internacional, agradece vossa atenção e aguarda vossas valiosas opiniões e sugestões. Este serviço de e-mail é absolutamente gratuito, exclusivamente informativo, sem fins comerciais e contém um link para ser retirado imediatamente de nosso Address Book, no caso em que assim o deseje.
Fonte: Destaque Internacional – Informes de Conjuntura – Ano VII – nº 166 – Buenos Aires/Madri – 28 de abril 2005 – Responsável: Javier González