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Artigos-->Memória do Movimento Estudantil: A UNE, de Vargas a Stalin -- 16/05/2005 - 13:48 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
União Nacional dos Estudantes (UNE)



Félix Maier



Durante o 2º Congresso Nacional de Estudantes, realizado em 1938, foi feita a proposta de criação da União Nacional de Estudantes (UNE), que teve sua 1ª Diretoria eleita em 1939.



Inicialmente, a UNE era apolítica. Entre 1940 e 1943, mobilizou a opinião pública e o Governo para participar da II Guerra Mundial contra o nazifascismo. Era tutelada pela ditadura Vargas e funcionava em uma sala do Ministério da Educação.



A partir de 1943, começa a insurreição, com comunistas e democratas lutando contra a ditadura getulista. A partir de 1959, aprofunda-se a marxização da UNE; nos anos 60, as organizações que dividiam as massas operárias, além da UNE, eram a JUC, o PC (que atuava através de seus diretórios estudantis), a Política Operária (POLOP) e a Quarta Internacional. Eram todos de esquerda, com dosagens diversas de ideologia marxista. O Partido de Representação Acadêmica (PRA), criado na Faculdade de Direito da USP, era considerado de Direita.



Também nos anos 60, dá-se o encontro ideológico, reunindo a JUC, a Esquerda Católica e o Esquerdismo marxista. A Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) desempenhou papel importante na agitação estudantil e no processo de marxização da Universidade. “Onde o professor é de tempo parcial, como na maioria da América Latina, a tendência dos estudantes é dar mais atenção a preocupações não acadêmicas, inclusive políticas”. (Seymor Martins Lipset, "University Students and Politics in Underdeveloped Countries", in “Minerva”, Vol. III, nº 1, 1964, pg. 38-39).





As "Libélulas da USP"



"Trocadilho de Libelu (Tendência Liberdade e Luta), grupo estudantil-lambertista, que atuava na USP (Pierre Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional - Trotskista). O Ministro da Fazenda do governo Lula da Silva, Antônio Palocci, foi um de seus integrantes.



A USP foi fundada em 1934, no governo Armando Sales de Oliveira, e nesta, a Faculdade de Filosofia e Letras, que se tornaria, com Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni, numa das matrizes de difusão do Marxismo. As “libélulas da USP” formam, pois, a intelectualidade marxista existente principalmente na Faculdade de Filosofia e Letras da USP, onde há o maior número de PhD em lingüística de pau por metro quadrado no país: Emir Sader, Marilena Chauí, Maria Aparecida de Aquino, Leandro Konder, Paul Singer etc.



Além dessas “libélulas” ainda atuantes na USP, podemos citar FHC, que alçou vôo extra muros, tornou-se presidente e pediu para que todos esquecessem o que escreveu quando era filiado à Ordem dos Odonatos".

(Félix Maier in "Tribunal Russell: um onagro (quase) esquecido" - http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=2787)



No dia 28 de março de 1964, os Diretórios Acadêmicos das Faculdades Nacionais de Direito (CACO) e da Filosofia, da Universidade do Brasil, mais o de Sociologia da PUC, lançaram manifesto de apoio aos marinheiros e fuzileiros em greve na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.



No dia 31 de março, exigiram de Jango armas para a resistência contra o levante de Minas, mas tiveram que se contentar com “manifestações anti-golpistas” na Cinelândia. Com a depredação da sede da UNE, o seu presidente, “apista” José Serra, empossado em 1963, pediu asilo à Embaixada do Chile. “Terminava, assim, o ciclo de agitação estudantil, que depois iria se desdobrar em trágicas conseqüências, no terrorismo e na ilegalidade” (José Arthur Rios, in “Raízes do Marxismo Universitário”). O mesmo Arthur Rios é autor de famosa frase: "Pais positivistas, filhos comunistas, netos terroristas". Nada mais exato.



Na “campanha nacional de alfabetização”, no Governo Goulart, a UNE recebeu 5.000 dólares de Moscou - um exemplo do tal "ouro de Moscou" -, por intermédio da UIE, um dos mais famosos "onagros" comunistas.





1968 - O quente "ano de dinamite"



"Inicialmente, convém lembrar que vivíamos um período crítico da guerra fria, com muitos movimentos guerrilheiros marxistas sendo instalados em vários países da América Latina. Em 1967, a Tricontinental, em Cuba, com a presença de Carlos Marighela e do Senador Salvador Allende, entre outros, havia criado a Organización Latinoamericana de Solidariedad (OLAS), cujo objetivo era "criar um Vietnã em cada país sul-americano", no dizer do ditador Fidel Castro. Che Guevara havia tentado levar essa revolução "foquista" para a Bolívia, onde foi morto no dia 8 de outubro de 1967. Não é por acaso que depois da criação da OLAS se intensificaram os atos terroristas no Brasil, especialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.



A partir de 1968, surgiram a ALN de Marighela, de João Alberto Capiberibe (ex-Governador do Amapá) e do Ministro da Justiça de FHC, Aloysio Nunes Ronald Biggs Ferreira, a VPR de Lamarca e do ex-Presidente da Petrobrás, Henri Reischtul, o MR-8 de Gabeira e Carlos Minc, a VAR-Palmares de Bete Mendes e a AP de Betinho e José Serra. Em 1969, a VAR-Palmares participou do roubo de um cofre em Santa Tereza, Rio, que pertenceria ao ex-Governador Adhemar de Barros, quando foram levados 2,5 milhões de dólares, sendo 1 milhão desviado para o Governo da Argélia onde atuava Miguel Arraes frente à FBI. (A atual Ministra do Apagão do Governo Lula, a sargentona Dilma Vana Rousseff, destacou-se no espisódio por seus serviços de arapongagem junto ao grupo terrorista. Isto, obviamente, não consta no currícula da Ministra no site http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=5).



Deve-se acrescentar que a irmã francesa de Reischtul, Pauline, também militante da VPR morreu em um tiroteio com a polícia, em Recife, em janeiro de 1973, depois de realizar um curso em Cuba.



O farol que iluminava todos aqueles atos terroristas era sempre Cuba, que oferecia cursos de guerrilha em Pinar del Río e que bem antes do contragolpe de 31 de março de 1964 já oferecia ensino guerrilheiro às Ligas Camponesas. Por isso, deve ser dito com todas as letras que tais movimentos não visavam libertar o Brasil da ditadura militar, como proferem as esquerdas hoje em dia, mas levar o Brasil à ditadura do proletariado, à ditadura comunista. Fosse o Brasil governado por militar ou civil, os atos terroristas teriam ocorrido de qualquer forma, considerando que um governo civil não estivesse compactuado com os comunistas, como ocorria durante o Governo de Jango.



Em 1968, havia uma ânsia incontida de muitos políticos em assumir as principais funções públicas do país, sonho retardado desde o já bastante longínqüo 31 de março de 1964 - uma eternidade para os políticos mais ambiciosos, especialmente os que desejavam assumir a Presidência da República, como Juscelino, Jango, Brizola e Lacerda. Por isso, havia no Congresso um descontentamento geral, tanto entre os parlamentares imaturos da oposição, do PMB, quanto entre os políticos da Arena, que mais atrapalhavam o Governo do que ajudavam. Abrir o nó que apertava as instituições democráticas, naquele momento, era uma temeridade, pois o país poderia voltar aos anos de anarquia que antecederam o 31 de março de 1964.



Pode-se provar, com uma longa lista de eventos ocorridos em 1968, que o fechamento do Congresso foi devido a algo muito mais grave do que um discurso feito intempestivamente por um deputado na Câmara (Márcio Moreira Alves, o Marcito ), por mais que os detratores do Governo militar queiram afirmar em contrário. Senão, vejamos, alguns fatos ocorridos em 1968.



No dia 1º de maio, em um comício na Praça da Sé, em São Paulo, o Governador Abreu Sodré e sua comitiva foram expulsos da tribuna, a qual foi utilizada por agitadores para ataques violentos ao Governo militar.



No dia 26 de junho, o soldado do Exército, Mário Kosel Filho, foi explodido pela VPR de Carlos Lamarca em uma guarita do QG do então II Exército, onde tirava serviço de sentinela. Nesse mesmo dia (mera coincidência?), realizava- se no Rio a "passeata dos 100 mil", reunindo estudantes, padres, artistas, "intelectuais" e outros.



No dia 22 de julho, a VPR rouba 9 FAL do Hospital Militar do Cambuci, em São Paulo.



No dia 10 de agosto, a ALN de Carlos Marighela assalta o trem-pagador Santos-Jundiaí, ação que rendeu ao grupo NCr$ 108.000.000,00 e consolidou sua entrada na luta armada. O Secretário-geral do Presidente Fernando Henrique Cardoso, depois seu Ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, foi um dos que participaram daquele assalto, fugindo em seguida com a mulher para Paris, com documentos falsos. Em Paris, Aloysio Nunes Ferreira viria a participar da Frente Brasileira de Informações (FBI), criada em 1968 em Argel, Argélia, sob inspiração de Miguel Arraes, ligada a organizações de esquerda, de oposição ao governo militar do Brasil, órgão que tinha por objetivo promover a "desinformatsya" (5) tanto no Brasil como no exterior. "Marcito" também foi um ativo militante da FBI, junto com Fernando Gabeira e Francisco Whitaker Ferreira, sob as bênçãos do guru francês Jean Paul Sartre.



No dia 20 de agosto foi morto por terroristas o soldado da Polícia Militar de São Paulo, Antônio Carlos Jeffery.



No dia 12 de outubro, a VPR assassina o capitão do Exército dos EUA, Charles Rodney Chandler, projetando-se perante as organizações terroristas nacionais e internacionais.



No dia 7 de setembro foi assassinado o soldado da PM de São Paulo, Eduardo Custódio de Souza.



No dia 7 de novembro foi assassinado o Sr. Estanislau Ignácio Correa, ocasião em que os terroristas levaram seu automóvel.





Revolução Estudantil - de Paris ao Rio



Nesse mesmo ano de 1968, houve um crescendo na agitação estudantil de todo o país, fruto da Revolução Cultural implementada na China por Mao Tsé-Tung, com os famigerados livros vermelhos , que atingiu também Paris, quase derrubando o Governo Charles de Gaulle, e pela OLAS de Cuba, prometendo um Vietnã em cada país latino-americano . Em Paris, os estudantes eram influenciados pelas idéias neomarxistas de Marcuse e pelo líder estudantil Daniel Cohn Bendit, além de movimentos mundiais contra a Guerra do Vietnã, contestada principalmente pelos negros americanos.



Muitos estudantes, brasileiros ou não, queriam ser os novos guevaras , após o martírio de Che na Bolívia, em 1967. A agitação estudantil era insuflada principalmente pela Ação Popular (AP), pela Dissidência da Guanabara (DI/GB), pelo Comando de Libertação Nacional (COLINA), pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e pela Ala Marighela (posterior Ação Libertadora Nacional - ALN). Os principais líderes estudantis eram Vladimir Palmeira e Franklin Martins, da DI/GB, e José Dirceu, da ALN.



No dia 28 de março de 1968 foi morto no Rio o estudante Edson Luís de Lima Souto, em um choque de estudantes contra a polícia. Durante seu enterro, foi depredado um carro da Embaixada americana e incendiado um carro da Aeronáutica.



No dia 31 de março, uma passeata de estudantes contra a Revolução deixou 1 pessoa morta e dezenas de policiais da PM feridos no Rio.



No dia 19 de junho, liderados por Vladimir Palmeira, presidente da UNE, 800 estudantes tentaram tomar o prédio do MEC no Rio, ocasião em que 3 veículos do Exército foram incendiados.



No dia 21 de junho, no Rio, 10.000 estudantes incendiaram carros, saquearam lojas, atacaram a tiros a Embaixada Americana e as tropas da PM, resultando 10 mortos, incluindo o sargento da PM, Nélson de Barros, e centenas de feridos.



No dia 22 de junho, estudantes tentaram tomar a Universidade de Brasília (UnB).



No dia 24 de junho, estudantes depredaram a Farmácia do Exército, o City Bank e a sede do jornal O Estado de São Paulo .



No dia 26 de junho ocorreu a passeata dos 100 mil , no Rio, e o assassinato do soldado Kozel, como já afirmado acima.



No dia 3 de julho, estudantes portando armas invadiram a USP, ameaçando colocar bombas e prender generais.



No dia 4 de julho, a passeata dos 50 mil tinha como principal bordão só o povo armado derruba a ditadura . No dia 29 de agosto, houve agitação no interior da UnB, ocasião em que foi preso o militante da AP, Honestino Guimarães, presidente da Federação de Estudantes Universtários de Brasília (FEUB). O deputado Mário Covas lhe deu solidariedade.



No dia 3 de outubro, choques entre estudantes da USP e do Mackenzie ocasionaram a morte de um deles, baleado na cabeça.



No dia 12 de outubro realizou-se o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, SP. A polícia prendeu os participantes, entre os quais Vladimir Palmeira, José Dirceu e Franklin Martins. No Woodstock tapuia de Ibiúna foram encontradas drogas, bebidas alcoólicas e uma infinidade de preservativos usados. Havia uma escala de serviço de moças para atendimento sexual. Os líderes estudantis, em acordo com Marighela e com o Governo de Cuba, haviam chegado à conclusão de que o estopim para a luta armada viria de uma prisão em massa de estudantes, envolvendo comunistas e inocentes úteis, e jogaria essa massa nos braços da luta armada.



No dia 15 de outubro, estudantes tentaram tomar o prédio da UNE, queimando carros oficiais. Fernando Gabeira participou do ato terrorista.

(Félix Maier, in "A TV Lumumba e o AI-5" - http://paginas.terra.com.br/educacao/varican/Bpolitico/Atvl_ai5.HTM).





O "Partido da Carteirinha do Brasil"



Nos últimos anos, o Partido Comunista do Brasil (PC do B), em rodízio com o Movimento Revolucionário 8 de Outrubro (MR-8), tornou-se um dos "donos" da UNE. Durante muito tempo, os falsos estudantes da organização fizeram uma festa imensa, com direito a diárias e e serviços de hotelaria no Brasil e no exterior, por conta do sacrosanto e exclusivo direito de emitir carteiras estudantis, em média ao preço de R$ 15,00. Foi uma farra e tanto, até o Governo FHC desmamar o guloso bezerro mamão. Por conta daquela boquinha, o Partido do finado João Amazonas era conhecido como o "Partido da Carteirinha do Brasil"...



Revendo a história da UNE, comprova-se que a entidade estudantil nasceu como um pequeno pelego da ditadura varguista, para se transformar, durante a Guerra Fria, num imenso pelegão de Fidel Castro, de Mao Tsé-Tung e de Josef Stálin. Até hoje o cérbero estudantil não conseguiu livrar-se da pele de urso que veste, embora se apresente aos incautos com uma alva e cândida pele de ovelha.









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