993300>Súmula em equação: apenas em funções de gestão governativa e a dois/três dias de abandonarem as respectivas pastas, entre muito estranhas peripécias, estando em jogo milhões de euros e delicadas circunstâncias sociais e económicas, aprovaram num ápice um dossier que anteriores governos por diversas vezes tinham recusado. Após investigação, a polícia coloca-os nas mãos da justiça. Mas não, como de costume e até prova em contrário, estes senhores só abotoam seus próprios casacos. Os dos outros... Não. O povo bem os enxota do poder, mas não há meio: estes gajos estão lá sempre!...
Desde que os deputados na A.R. não tiveram pejo em abotoar-se fraudulenta e impunemente com verbas do Estado, como o exemplo vem sempre de cima, nunca mais a escandaleira da locupletação cessou de avolumar-se em Portugal.
A comunicação social e a polícia bem se têm esfalfado a levantar a lebre, mas logo que esta é submetida ao ponto de mira, de imediato alguém decide que se trata apenas de gato enterrado com rabo de fora e logo mais terra se lhe deita em cima.
No último "Pós e Contras" da RTP, que se debruçou sobre a problemática da corrupção e do tráfico de influências, um magistrado fiscalista afirmou que nunca, ao longo de quarenta anos em exercício, encontrou algo de anómalo. Mais: considerou que os portugueses fazem dum rato uma montanha, por não verem as coisas sob a lupa americana.
Apre, senhor doutor, se V.Exa não é mais um dos brincalhões a jogar o sério, nada me admira que os portugueses dignos e honestos tenham em breve de pedir perdão a Deus para aqueles que tanto os maltratam, tal como Cristo!...
António Torre da Guia
O Lusineiro |