Foi a primeira vez, palavra, que me veio esta inspiração, vamos assim dizer, aérea, porque chegou-me em pleno ar, enquanto o avião se dirigia a Brasília, onde estou radicado, onde desenvolvo o meu trabalho nos dias que correm. O monitor exibia um vídeo de expedições, mostrando cenas marinhas e sub aquáticas, com destaque para dezenas de peixes coloridos e de formas as mais estranhas. E os meus olhos se encantavam com o azul claro das águas e as cores vivas dos animais que vivem no fundo do mar.
Mas, o meu pensamento não ficava preso ao que o vídeo transmitia, percorria distâncias maiores, mergulhava na crise de moralidade que parece querer engulir o nosso país, espoucando escândalos em todas as áreas, dando ao mundo civilizado um cenário descolorido das nossas reservas morais e éticas.
E eu fiquei pensando nos meus netos, que país receberão para viver, que futuro lhes espera nesta pátria que não é, não pode ser, aquela com a qual tanto sonhamos.
A repórter fala agora das tartarugas marinhas e do peixe-boi, espécies ameaçadas...olho para os retratos dos meus netos e, num sobressalto, penso que eles estão ameaçados, Deus que os livre, de serem tragados por esta tsunami gigantesca que avança sobre o nosso futuro...Deus que nos guarde.