993300>Nas 48 horas dos dias 12 e 13 Junho de 2005, as infaustas notícias, na rádio e na televisão, surgiram sucessivamente. Primeiro, numa piscina de um irmão, que utilizava para se activar e recuperar fisicamente, Vasco Gonçalves desfaleceu na água e afogou-se. Logo adiante, vítima de doença prolongada, Álvaro Cunhal também terminou os seus dias. Na calma madrugada de hoje, por volta das 03h00, outrossim o coração de Eugénio Andrade deixou de pulsar. Assim, num ápice, três lídimas figuras da actual sociedade portuguesa passaram ao trono da memória e da história de Portugal, num momento de grave crise económica e desânimo social.
Sobre o currículo de cada uma destas personalidades, quem mais quiser saber e inteirar-se, bastará tão só inserir os respectivos nomes na Internet e logrará informação variadíssima. Neste desagradável ensejo, deixo à Usina um poemeto de Eugénio de Andrade.
A ROSA E O MAR
Eu gostaria ainda de falar
da rosa brava e do mar.
A rosa é tão delicada,
o mar tão impetuoso,
que não sei como os juntar
e convidar para o chá
na casa breve do poema.
O melhor é não falar:
sorrir-lhes só da janela...
Eugénio de Andrade
Ó SE SERVISSE...
Inexorável... A hora de ir chega
Para uns... Infelizmente carregada de medo
Para outros... Benigna e amiga... Suavemente
Anunciada que seja ou de repente
A sua badalada ecoa em todos nós
E no desfio de algumas horas adiante
Não serve para nada... Ó se servisse !...
António Torre da Guia
O Lusineiro
Som = De Tomaso Albioni "Adagio"
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