993300>Segundo a história, o poder instalado, que desde sempre se impôs pela violência, apelida o poder que quer instalar-se com famigerados designativos e, pelo menos desde que me conheço, assim tem sido e constato.
Por exemplo, que bem conheço, o deposto regime do Estado Novo, em Portugal, aos que lutavam pela libertação dos seus territórios, chamava-lhes "terroristas". E eram: até cortavam os orgãos sexuais a quem matavam e expunham-os espetados num pau.
Hoje, os herdeiros dos "terroristas" africanos, heróicos guerrilheiros da "pátria amada", desgovernam os seus países indiferentes aos milhões de cidadãos e de crianças que penam e morrem à fome, enquanto subsistem em desmedida situação despótica, recebidos e considerados pela hedionda corrupção que grassa no mundo. Em redor, a dita diplomacia política quer, ou finge que quer, "só-e-apenas" o diálogo.
No entanto, no caso da actualidade iraquiana, Bush e Blair, contra tudo e contra todos, teimaram e não desistem de opôr-se pela violência, negando-se radicalmente a qualquer espécie de diálogo com os ditos "terrosristas". Iam lá apertar a mão a gente dessa!... Estão certos?... Eles, pessoalmente estão, não vá o actual "terrorismo" ser rápido de mais a camaleonar-se e, através da mesa da paz, passar a regime de poder instituido, lutando pois contra os "terroristas" sequentes, que terão outro designativo, naturalmente.
Aqui, Leitoras e Leitores, permitam-me o elucidativo palavrãozinho: são mesmo "filhos-da-puta", pois então não são?!...
É assim... Não é assim?... É e sempre assim foi, só que às sucessivas gerações deparam-se-lhe designativos que tardam a entender perfeitamente. Só quando a pele entra a queimar é que os "palavrões" bem se entendem.
Interrogo: como deve designar-se a ilegal invasão do Iraque?!... Por enquanto designa-se de "contra-terrorismo". Qual o bom raciocínio que aceita uma coisa destas?... Não aceita. É obrigado a aceitar ou a tornar-se "TERRORISTA"!...
António Torre da Guia
O Lusinneiro |