993300>A Ivone Carvalho, oportuna e proficiente, lembrou à Usina que o dia de hoje está chancelado com o vocábulo "Escritor", presenteando-nos com um excelente texto. Pela minha parte, sinceramente, não me ocorreria que o meu pendor literário fosse tão delicadamente encaminhado para a fonte da sua fulcral essência.
Quem porventura tente implantar um joguinho, muitíssimo interessante, para bem passar o tempo numa roda de amigos, o que descrevo a seguir, tem pinta cativante.
Sem que os seus próximos dêem por isso, escreva previamente num papelzinho três palavras:
Leão - Rosa - Mosca
Depois, esclarece que vai fazer três perguntazinhas muito simples e óbvias, as quais, exactamente por isso, toda a gente conhece. Por consequência, para o jogo ser válido, a resposta tem de ser dada num ápice, solicitando que o coro saia o mais uníssono possível.
Pergunta então:
- Ora digam um nome... Um nome... Um nome de um animal feroz?
- Seguidamente... O nome... O nome de uma flor?
- Pra terminar... O nome de um insecto voador?
O coro de respostas baterá no centro do alvo do seu oculto papelzinho, leão-rosa-mosca, que mostrará então aos seus amigos, provando que sabia antecipadamente o que eles iriam responder. Verá de seguida um interrogado brilho admirativo no olhar de todos eles.
A mim, se me perguntassem repentinamente um nome de um grande escritor, eu responderia de imediato sem hesitar: Leon Uris!...
Hoje fiquei a saber, através da Internet, quando procurava uma foto para ilustrar este texto, que o meu dilecto prosador, infelizmente, tinha falecido no transacto dia 21 de Junho, aos 78 anos. Apre!... Faltam-me apenas 12...
O primeiro livro que li dele, um maço de mil folhas - "Exodus" - devorei-o durante um dia e uma noite sem largar a leitura. Desde aí, li tudo quanto de Leon Uris foi publicado em português. Sua técnica de escrever e os assuntos que aborda e escalpeliza, fascinaram-me e continuam a fascinar-me.
Por consequência, e até com azado propósito, proclamo Leon Uris no "Dia do Escritor". Muito a ele devo do gosto que hoje tenho pela escrita.
António Torre da Guia |