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Artigos-->Tigre Vegetariano -- 30/07/2005 - 09:44 (Marcelino Rodriguez) |
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Sempre Joaquim e suas pérolas de sabedoria para explicar os fênomenos do mundo.
- Olha, rapaz! o homem é como um leão, uma onça. Voce não vê o tigre como come os gatinhos. Então, o homem é igual.
O caso é que aqui , vou levando uma crepuscular
melancolia generalizada nas costas,
desiludido e temeroso da "civilização";
vou suportando meu exílio romântico
ouvindo minhas canções preferidas
feitas sob encomenda.
Raramente tocam nas rádios.
Francesas. Italianas. Barbara Straissand.
C est ma vie.
Reencontrei Joaquim em meio a um ato político em dia agitado.
Fui entregar-lhe meu livro e outro sobre a Venezuela
que tinha me emprestado.
- Pois, é, Joaquim. Aqui tão acusando o presidente
de chavista como se isso fosse ofensa. O Chaves
praticamente alfabetizou a Venezuela, criou de fato
o programa de médico de família, é cientista político,
artista, orador de primeira, militar e patriota.
Não entendo a comparação.
_ Rapaz. Nós vivemos o tempo da contra-informação.
Esse país tá em pleno regresso. No meu tempo
andava de navio de Pernanbuco ao Rio; ia de trem pra
São Paulo numa cabine privada. Acabaram com tudo.
Não tem transporte maritimo, nem ferrovia. Nada.
O que tema agora é saltibancos, salteadores. Seitas
Estamospor aqui em plena idade média. O sujeito
aprende a ler e acredita que realmente sabe ler
só porque aprender a ler, ai não faz mais nada.
È duro, rapaz. Vivemos na floresta e ainda pagamos
imposto.
Concluiu o discurso do desenvolvimento passado com
olhar melncólico, dizendo que me cobrava o livro
sobre a Venezuela porque descobriu,
depois que lhe levaram
um livro em francês sobre o Zeppelin do qual era apegado.
_ Eu entendo, Joaquim. Também já ficaram
com livros
meus por aí. È duro.
- È o quye te falo, rapaz! O homem é um ladrão.
Aprendi sozinho a desconfiar das gentes, sem stress.
Foi acontecendo naturalmente no decurso da vida.
Constatei que meu senso fraterno, coerência
e honestidade são sui generis, assim como o senso de investimento
na vida. Estranho a capacidade de suportar a injustiça que
vejo ser "comum" em tantos.
Conheço "a solidão na multidão".
Quem já ouviu Edith Piaff cnatando
"La Vie en Rose" fora da França? Ainda haverá quem
lembre de cor a marselhesa que aprendi menino?
Quem diabos mudou o centro do mundo de Paris pra
Nova Yorque? Alguém me cita um verso delicado
de Olegário Mariano, por exemplo? Sei. Ninguém conhece.
Uma amiga de dezessete anos, a jovem Rafaela, comenta
minhas aventuras: "...
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