A aprovação do presidente Lula pela população com vistas às próximas eleições já encolheu bastante. Lula agora tem apenas os votos dos eleitores que sempre foram dele, mas que nunca foram suficientes para elegê-lo, chegando apenas nas proximidades da quantidade de votos de seus oponentes, se levarmos em conta as eleições passadas. Claro que pode haver uma performance mais frutífera, tendo em vista o status de presidente, que poderá impressionar mais os eleitores menos informados.
O que está derrubando Lula da presidência nas próximas eleições é o próprio Lula com o seu discurso nervoso, chorão e quase que ofendendo pessoas, as quais no conceito dele não deveriam nunca ter denunciado as falcatruas do PT. Quando afirmou no discurso de Garanhuns de que “vão ter que me engolir”, referindo-se aos seus opositores, Lula selou de vez a sua derrota. Muitos de seus eleitores foram os que se sentiram ofendidos, visto que já estão engolindo há já quase três anos, não o Lula, mas suas promessas não cumpridas, como por exemplo, os dez milhões de empregos tão badalados em campanha.
Lula poderá deixar o PT, caso tenha coragem. A associação da imagem de presidente bonzinho com os atos vergonhosos dos mensalões pagos a uma turma de petistas e de alguns outros partidos políticos, com a finalidade de votarem nos projetos do PT, fere sobremaneira a imagem presidencial. Isto se até um ano antes das eleições não surgirem nada que envolva o presidente Lula com esse mar de lama, borbulhando em todo o planalto. É interessante notar com relação a isso, que os petistas das CPIs dos Correios e do mensalão fazem de tudo para defender o deputado José Dirceu, porém não cuidam de defender o presidente Lula, como se este estivesse completamente imune aos atos improbos, ou completamente culpado.
E as denúncias, as suspeitas, as referências vão ocorrendo aos poucos. Se o impacto das denúncias do mensalão chocaram os acusados em primeira instância, hoje já se acostumaram e trabalham com mais afinco nas suas próprias defesas, longe do suspense inicial. Com Lula parece ocorrer diferente. Tudo pode acontecer devagar quase parando, fazendo-o sofrer terrivelmente, dia após dia, minuto a minuto. Uma denúncia aqui. Uma comprovação acolá. Uma negação. Uma inocência comprovada. Enfim, um filme de horror em câmara lenta para ele, Lula.
Isto tudo se o próprio Lula não se autodestruir. O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, disse recentemente:
-Se Lula não atrapalhar, o conjunto das forças políticas vai levá-lo até o fim do mandato dele. Resta apenas saber se o próprio presidente Lula não vai se auto-impedir”. Leia-se afinal a mesma coisa “autodestruir”. Com os tais discursos nervosos, chorões e ameaçadores em palanques eleitoreiros, Lula está se autodestruindo, ou se preparando espiritualmente para as denúncias, que certamente virão, a conta-gotas, é claro.
De uma coisa nós não duvidamos em razão de nossa experiência, pela vida afora: um homem quando é ameaçado por uma denúncia qualquer, a primeira reação dele é a de muita raiva. Fala alto, quase gritando e ameaça, ou xinga as pessoas, usando politicamente referências a algo, ou alguém. Este tem sido o comportamento do presidente Lula no alto de sua segurança no poder. Lugar que necessariamente não se precisa altear a voz, colocando para fora a raiva de algo que ele não queria, a exemplo de uma criança, cujo brinquedo está sofrendo ameaça de lhe ser tirado.
A criança não suporta essa ameaça. Lula também não!