Bush, chefe de banda, tendo como acólitos musicais Blair, Aznar e Barroso, determinou sem admissão de reticências a invasão do Iraque, embora a maioria política do mundo ocidental fosse contrária a tão radical desígnio.
O que em princípio seria uma operação cirurgicamente rápida com vista a eliminar o perigoso arsenal químico de Saddam, transformou-se num permanente morticínio de vítimas inocentes. Afinal, consoante a oleosa mentira vai subindo à tona, mais se verifica que o azeite é tão só um dos muitíssimos produtos que não se dá bem debaixo de água.
A "bushérica" consequência está sem equívoco possível à vista: mais de um milhão de mortos no teatro de operações e ainda umas quantas centenas que nem tempo tiveram para raciocinar que as bombas pudessem explodir tão longe, em Madrid e em Londres.
Daí, constate-se agora o suplício mental que assola as populações das grandes cidades ocidentais. As medidas que os desmiolados títeres da incompetência nefasta estão a tomar contra o terrorismo, afectam sobretudo a plena liberdade de trânsito das pessoas em seu inevitável quotidiano. Por irreparável exemplo, um cidadão brasileiro foi friamente abatido a tiro pela polícia inglesa.
Num ápice, conclui-se que Bush e sua banda estão a tocar muitíssimo bem, mas só para aqueles que ainda não morreram, e serão bastantes os que ainda vão ser vítimas directas e indirectas da grandessíssima farsa bélica que se implantou no Iraque, agora feito baluarte ocidental para permitir com êxito o próximo assalto ao Irão e provocar mais um gigantesco morticínio.
Posto isto, começa-se pois a vislumbrar porque morreu Sérgio Vieira de Melo, cuja competência em apaziguar conflitos estava já mais que provada. E era a sério: o embaixador brasileiro aplicava-se sem qualquer espécie de ínvios contornos na solução pacifica dos belicismos. Por onde ele passasse, a vida dos povos depauperados pela guerra retornava a pouco e pouco à normalidade.
Ora, o que com eficiência Sérgio fazia, não interessava aos sub reptícios interesses dos que de facto estão a liderar a guerra no mundo. O embaixador internacional era um sério obstáculo à futura manutenção dos americanos no Iraque. As suas diligências rumavam no sentido de outorgar de novo o poder político aos iraquianos, restabelecendo-lhes em pleno a soberania. Por isso mesmo Sérgio Vieira de Melo foi eliminado. Quem é que tem dúvida ?!...
António Torre da Guia
PS = Se há seres humanos que voluntariamente explodem para levar consigo dezenas de outros, o que se poderá esperar de índoles dessas, caso se apoderem do poder nuclear? Também, o que se poderá esperar de quem sem pejo algum já o utilizou ?... |