993300>..."Não me matarei, não renunciarei e não vou permitir que me destituam..."
Os imediatos costeadores políticos de Lula foram extrair à história do Brasil o oportuno unguento palavreador que funcionará como espécie de "daqui não saio, daqui ninguém me tira". E Lula pôs-se então a ler a história, jurando:
"Não farei o que fez Getúlio Vargas, nem farei o que fez Jânio Quadros, nem farei o que fez João Goulart", sublinhando que o seu comportamento será idêntico ao de Juscelino Kubitschek: "Paciência, paciência e paciência, porque a verdade prevalecerá". Claro, Color de Mello, como "não" foi presidente do Brasil, não foi citado.
A corroborar mais forte ainda: "Estou de consciência tranquíla (?) e tenho a certeza de que o Brasil sairá desta para melhor (?). Não ficará pedra sobre pedra (?) nas investigações. Orgulho-me de ter ajudado a criar o PT, mas a justiça (?) começa dentro de casa (?). O PT teve um processo de sangria muito forte (?) e cabe ao próprio partido (?) julgar quem cometeu os erros e puni-lo (?). E à Justiça e ao Congresso (!) também caberá punir".
Lendo e após fechando os olhos, nestas afirmações, contemplam-se oito pontos de interrogação e um de admiração, pois, ou sejam, nove nítidas inverdades que o tempo se encarregará de demonstrar. É impossível operar um temor num corpo todo podre. Do putrefacto PT apenas se salvam os milhares e milhares de benquistos cidadãos isentos que lhe entregaram os votos sem que por isso tenham recebido um só real.
Os observadores que sabem que "um cesteiro sem cesto... Diacho!..." não tem cabimento racional, considerarão que Lula, com tais evocados motivos, tão só atirou mais um punhado de achas para a fogueira já de si a trepidar quanto baste.
A partir de agora, em silêncio íntimo, o julgamento do povo brasileiro irá decerto manifestar-se numa confrontante e progressiva repulsa política. Praza que os acontecimentos daí advindos não levem o Brasil à explosão. Afinal, a história diz que uma simples faúlha é que faz o incêndio enorme.
Praza que não, praza que não e praza que não, porque, em circunstâncias assim, a paciência estoura. De resto, como evidência, fica para já o resultado em curso: "O asno continua e continuará à chuva" e esta tende a transformar-se em granizo de fogo. Espere-se, como "não ficará pedra sobre pedra (?), que não chovam pedras!...
António Torre da Guia |