É difícil acreditar que todo este esquema de corrupção montado pela alta cúpula do Partido dos Trabalhadores e seus aliados não tivesse pleno conhecimento do Palácio do Planalto. Afinal, o homem sabia ou não sabia?
Trata-se, evidentemente, da convivência com pessoas no período de 20 a 25 anos no mesmo partido, disputando eleições, elaborando planos administrativos, financeiros, programas que seriam utilizados em Municípios, Estados e no Brasil. Não há como admitir, sem ferir nossa inteligência, que Lula não soubesse das transações engendradas por seus pares.
Se num determinado momento tomou conhecimento e não reagiu, no mínimo, foi conivente. Ou será que se tornou omisso por conveniência? Para a oposição, de fato, não há interesse em deslindar a questão e é muito simples: qual a vantagem de um mandato tampão de um ano e meio, especialmente porque o vice é do PL? Se fosse de outro partido como o PSDB ou PFL, provavelmente, valeria a pena.
Ao que parece, os partidos de oposição preferem guardar a munição para a disputa eleitoral de 2006, quando Lula, não obstante seu carisma pessoal, não poderá contar com seus antigos amigos, quase todos envolvidos em esquemas duvidosos de arrecadação de dinheiro e, sem o aval do povo, de quem se afastou no início de seu governo, estará falando sozinho tentando convencer parte da sociedade de que a culpa é da elite, para quem ele trabalhou fielmente desde o primeiro dia de governo.
Para o povo mesmo, nada restará, porque as opções que se apresentam já são conhecidas e reprovadas pela sociedade brasileira, que não teve estradas, segurança, educação, saúde, luz no campo, nem melhores condições de vida para os trabalhadores e o povo em geral, por culpa da má administração do dinheiro público e da corrupção que corroeu os recursos que deveriam ir para os investimentos em setores essenciais à população.
