Usina de Letras

Estamos vivendo um dos períodos mais vergonhoso da história do Brasil. A sensação que se tem é de que o país se tornou o antro da corrupção mundial, onde todo mundo rouba, corrompe e faz o que ser e não é punido.

A sensação que se tem é de que os escândalos não terminam nunca. Quando um está para terminar, aparece outro logo em seguida. E isso dá aquela sensação de impunidade, porque aqueles mesmos que denunciavam e gritavam em altos brados contra a imoralidade exigindo a punição dos culpados, são os mesmos que pouco depois são acusados de cometerem crimes parecidos.

É hora de perguntar: Onde estão os honestos? Aí me vêm à memória uma frase do então deputado Luis Inácio “Lula” da Silva, hoje presidente da República. Na ocasião, por volta de 1988, ele disse que no congresso havia 300 picaretas. Pois eu acho que os 300 picaretas continuam lá até hoje.

Será que o presidente e os chamados deputados “honestos” são tão poucos assim que não são capazes de apontar quais são esses picaretas? Será que é tão minoria assim que têm medo de serem esmagados pela maioria corrupta? Ou talvez devemos perguntar: O que levam determinadas pessoas tidas como exemplo de estadismo para o caminho da corrupção? Talvez o erro não esteja só nas pessoas, mas também no sistema – um sistema vicioso, onde quem não se adapta, acaba engolido por ele.

Acho que para acabar com esse mar de lama não adianta trocar as pessoas. É preciso mudar o sistema. É preciso fazer uma reforma política-partidária urgente. É preciso criar mecanismo para por fim ao fisiologismo. Porque, enquanto não se fizer isso, vamos ter que convier sempre com os 300 ou mais picaretas no congresso, independentemente do partido que esteja no governo.