Creio que o nosso actual primeiro-ministro está deveras consciente, como lídimo governante deste cada vez mais trágico-cómico país, do seu próprio peso em relação ao famigerado défice que herdou e por consequência lhe impôs a tomada de bem mais agudas medidas económicas do que o governo anterior, alterando por completo o sentido do voto maioritário que o elegeu.
Também, decerto reconhece que os mais privilegiados continuam a levar com as duas pernas às costas a sua lauta vidinha, enquanto ao cidadão comum sequer com quatro, as dele e as da mulher bem assentes no chão,lhe dão tempo para dormir um sono reparador e acordar tranquílo para as manhãs do futuro.
Portanto, o que instante se torna, pelo menos, é obrigar a cambada do privilégio desmedido a trazer uma das suas delicadas perninhas para o solo. Além do benquisto exemplo que desde logo dariam, o natural exercício muscular ser-lhes-ia extremamente útil para quando chegar a hora de terem de correr muito.
A mim, desta feita, parece-me que não serão voluntariamente embarcados para o Brasil. É que estes "fizeram-nas" mesmo.
António Torre da Guia
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