Elogiei tanto o Informativo número 42 com o título acima, em artigo com o mesmo nome, em 16/02/2005, que me sinto na obrigação de criticar o número 49 - setembro/2005, no qual foi publicado o famoso soneto, do grande poeta Raul de Leoni, autor do livro LUZ MEDITERRÂNEA, o qual temos à nossa mesa:
LEGENDA DOS DIAS (página 76)
O homem desperta e sai cada alvorada
Para o acaso das cousas... e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o ideal nalguma encruzilhada...
As horas morrem sobre as horas... Nada!
E ao Poente, o Homem, com a sombra recolhida
Volta, pensando: "Se o Ideal da Vida
Não veio hoje, virá na outra jornada..."
Ontem, hoje, amanhã, depois e assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera;
E a Vida passa... efêmera e vazia:
Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia...
Raul de Leoni
O caso foi que colocaram o título como "A LENDA DOS DIAS" e,no terceiro verso do primeiro terceto, a palavra "espera" (quando o certo é "esfera").
Porém, pior fez a Ana Maria, de Ananindeua-PA, que, na década de setenta, mandou tal soneto para uma editora de Brasília, que o publicou numa antologia, como se dela fosse!