Cerca de oito milhões e pico de portugueses, no próximo domingo, 9 de Outubro de 2005, independentemente do pendor político de cada qual, no que à eleição dos respectivos membros autárquicos concerne, vão estar sobretudo atentos ao voto que seus concidadãos de Gondomar, Amarante, Felgueiras e Oeiras, irão depositar e revelar nas urnas. O povo em geral está curioso de saber se, "à boa moda do Brasil", aqueles que melhor se abotoam, também melhor vão governando os interesses do tácito "se-bem-te-avias" que não cessa de embarrigar.

Respectivamente, Valentim Loureiro, Ferreira Torres, Fátima Felgueiras e Isaltino de Morais, em insubordinado confronto com os partidos que lhes deram o suporte inicial e a fama política, concorrem à presidência camarária sob alçada judicial, todos eles envolvidos em situações de suspeição corrupta do mais diverso e esconso cariz.

Logo a seguir, as câmaras de Lisboa e Porto, concitam a atenção geral, com Carmona Rodrigues e Manuel Carrilho, a baterem-se a sul, enquanto a norte a disputa encimará Rui Rio e Francisco Assis.
As derradeiras sondagens, entre 5 e 6 pontos, dão como certa a permanência de Carmona e Rio, e por aqui desde já se vislumbra que o eleitorado está decidido a punir a maioria legislativa que recentemente votou em favor de José Sócrates, dada a inversão programática que o governo do PS não hesitou em assumir imediatamente após ter tomado posse.
De resto, tanto Carrilho como Assis, personalidades de feitio azedo e há muito conhecidos pela inépcia tarimbeira, ajudam imenso que os eleitores se decidam pelo menor dos males e optem pelo mau que porventura não descambe para pior ainda.
O estimado Leitor quer divertir-se? Proceda então do modo seguinte: molhe levemente uma das suas mãos em água e afaste-se quanto possível de seu computador. Depois, balanceie um dos braços e sacuda-o na direcção do monitor. Se porventura acertar com uma gotícula num dos personagens, dê alvíssaras: descobriu um político que merece ser eleito....
António Torre da Guia