Enqanto escrevo, você diz, a vida escorre lá fora e eu vou perdendo tempo. Aí eu fico lembrando os homens apressados, olhando sempre para os relógios, correndo e correndo...e os relaciona, imediatamente, com os anúncios dos cemitérios modernos, a paz que eles inspiram, a quietude, a imobilidade.
Será correto escrever? Será útil deixar sangrar as emoções que nos sacodem e fazê-las ganhar vida nos sítios da rede mundial de computadores, permitindo que outras pessoas tomem conhecimento daquilo que se passa em alguma ponta da alma da gente?
Será que você tem razão de me puxar as orelhas, de me sacudir, de chamar para a realidade?
Mas, o que é a realidade? Dentro do relativismo das coisas e da diversidade dos pontos de vista, é difícil, mesmo encontrar um denominador comum para resolver esta questão, tantas são as posições, tantos são os conceitos, porque o homem não é produzido em série, os espíritos não são clonados, o intererior de cada pessoa é diferente.
Claro, a ninguém é permitido ser dispersivo neste mundo nervoso e competitivo, mas também ninguém pode viver as horas todas em que estamos despertos no âmbito de um dia, maquinando negócios, resolvendo equações, tratando de ganhar dinheiro...se assim fizermos, cairemos naquela de nem sequer saber como empregar o dinheiro, como usufruir as coisas boas que ele pode nos propiciar.Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. A virtude deve estar bem no meio, assiom como repetem por aí que no vinha está a verdade.
E eu fico imaginando o Pequeno Príncipe, as suas obersações notáveis sobre o homem apressado, o seu exemplo de ir pé ante pé em busca da água no poço, sem pressa, sem açodamento, apenas querendo num impulso natural ir em busca do líqüido para saciar a sede, a sede que nos dá ensejo a saber o valor da água que estás dormitando no fundo do poço, o poço simbólico da vida, que a gente não pode disperdiçar com tanta pressa, pois seria o mesmo que tomar uma escada rolante e, ao invés de nos deixarmos levar, dando pressa à pressa, saltarmos os degraus, desprezando o movimento de ascensão que a escada já nos oferece.
Não sei, não sei, não sei. Acho tudo válido, porque o mundo é feito da soma de todas as atitudes e, como a estrada da vida é muito larga, há espaço para topdas as idéias, por tal razão eu não as critico.