E esta volúpia de escrever, uma coisa insopitável, uma angústia interior que se ramifica por todo o nosso íntimo, belisca as mãos, mordisca a inteligência, apalpa o coração, propele as nossas pernas para junto do computador e determina: escreva!
E a gente vai na onda meio que sem jeito, começa dedilhando o teclado sem nem mesmo arrumar as idéias, sem formar o enredo, que vai pingando de dentro do nosso mais escondido escaninho da alma, num turbilhão que cresta a inspiração como um fogo que irrompe de inopino, como l;ava de vulcão descendo as encostas da montanha atormentada e sacudida pela erupção.
Não há uma explicação plausível, é destino, é paixão, é vício, é missão.
E eu sigo escrevendo, a pena prolífica tremendo, as mãos nervosas digitando, tocando as teclas num ritmo que até eu mesmo fico perplexo admirando, mas só por insttante, pois as frases já vão longe, o pensamento já ultrapsssou a encruzilhada e vai em frente, soltando a imaginação, borbulhando como água fervente, levando aos leitores o retrato falado de um rabiscador.