OS DISTÚRBIOS NA FRANÇA E A INEFICIÊNCIA DO ESTADO
Há muita gente de queixo caído por causa dos distúrbios violentos que ocorrem na Franca. “Como isso pode estar ocorrendo na França? Um país onde o nível de bem estar social é um dos melhores do mundo?”, perguntam muitos. Mas se olharmos as transformações que ocorrem no mundo, tal episódio não nos causará nenhuma surpresa; Pois se trata de mais uma prova de está havendo no mundo todo um processo de fragmentação e enfraquecimento das instituições. E devido à inércia e a incapacidade do estado de promover ou continuar promovendo o bem estar social que todos almejam leva as parcelas menos favorecidas a reagir de forma violenta.
A população mais pobre – a que mais sofre com a inércia do estado – é a primeira a soltar a voz. Por isso não há muita diferença no que está ocorrendo na França e o que ocorre na periferia das grandes cidades brasileiras. Claro que existem diferenças consideráveis, todavia a causa principal de tudo isso é culpa do estado. As pessoas têm a sensação de que os estado – refém do poder econômico --, não pode lhes ajudar. Pelo contrário, cada vez mais o estado delega às empresas privadas, serviços de sua responsabilidade, como a segurança publica, a aposentadoria, assistência médica, etc.
Além disso, torna-se cada vez mais evidente a sensação de impotência de todos. O que também leva as pessoas a perder a crença em si mesmas e na capacidade de que podem fazer alguma coisa para mudar essa situação.
Diante de tudo isso, só restam a essas pessoas demonstrar sua insatisfação através de atos violentos, como a queima de carros e edifícios públicos na França, associação ao tráfico e a criminalidade no Brasil, e até mesmo aos grupos terroristas em volta do mundo. Se cada caso é um caso, no fundo isso só é possível graças à ausência de perspectiva e a incapacidade do Estado de oferecer algo melhor.
E qual seria a solução a essa descrença generalizada?
É difícil apontar uma solução. Mas não restam dúvidas de que a solução passa pelo fortalecimento do Estado, duma menor influência econômica sobre todas as instituições para que as mesmas não fiquem refém dos grandes capitais e tenham maior poder de ação. Sem isso, qualquer medida não passará de medida paliativa, capaz de resolver o problema por um curto espaço de tempo. É como administrar um remédio para atacar os efeitos de uma doença sem tratar as causas.
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