Em diferentes circunstâncias da nossa recente história política, Cavaco Silva e António Guterres afastaram-se, quanto a mim sabiamente, da governação. Porquê, se ambos eram personalidades com resonhecida honestidade política e pessoal?
Porque o mau odor que se seguiu e avolumou foi deveras de vómito, e continua persistentemente frontal ao nariz dos portugueses. Como vão, pois, os diversos protagonistas descalçar os peslilentos pares de botas que até a credibilidade da justiça empestaram?
Entretanto, a 22 de Janeiro próximo, vãos os cidadãos ser chamados a novo exercício eleitoral, desta feita para designar o chefe máximo que de máximo só tem o título.
Cavaco Silva, que não quer à partida, submeter-se e ficar devedor de subentendidos ao seu desengonçado partido, tem sido política e injustamente conspurcado pelo representativo quarteto da bagunça reinante. Será esta evidência bastante esclarecedora para que os portugueses, tal qual moleiro que bem sabe tratar do burro, optarem pelo voto estratégico? Praza que sim, para que Portugal não soçobre mais ainda e logre pelo menos a capa eficaz para todos os males: a dignidade.