O caso do empurrãozinho de Barcelos, quiçá despoletado por causa das declaracões de Mário Soares sobre as peixeiradas que o mimosearam na jornada anterior, que então considerou orgulhosamente prova de fogo, é tal e qual como a inevitável pintinha de mosca: pousou, deixou, sacudiu-se, limpou-se e pronto, não se fala mais nisso. Espontâneo, o candidato socialista, logo após o incidente, também assim o considerou.
Todavia, pode lá a nossa triste vidinha perder a oportunidade do artifício-fictício para divertir-se, intentanto inflamar a pachorrenta campanha presidencial que os jornalistas televisivos - agitadores profissionais - consideram demasiado morna.
Vai daí, o Presidente da República de imediato se solidariza publicamente com o seu almejado sucessor, a Associação dos Ex-Combatentes vai abrir um inquérito ao caso e, Mário Soares, que está sempre a mudar, já admite processar o "pobre do homem" que estava com o "Crime" na mão.
Então, como as coisas estão mesmo-mesmo pobres de mais, eu também aplaudo: viva a hipocrisia!...