O mundo cristão atual continua pregando que muito breve virá o “ANTICRISTO”, que dizem ser “o homem do pecado, o filho da perdição”, etc., que deverá trazer a “grande tribulação” aos crentes. Essa idéia não é nova; tem quase dois mil anos! O anticristo falado pelos apóstolos cristãos do primeiro século era alguém que já atuava naqueles dias. Não era personagem de um futuro tão distante, nem futuro próximo.
O termo “anticristo” ocorre apenas quatro vezes na Bíblia, todas elas nas epístolas de João. Os cristãos atuais dizem ser ele nada mais do que a personagem conhecida como “besta do Apocalipse”, e parece nesse ponto terem eles razão. Fosse ele a tal “besta” ou não, o certo é que a referência apostólica não era a uma pessoa que deveria surgir em futuro distante ou mesmo próximo: era de que ele já estava “no mundo” naqueles dias. É isso que teria afirmado João:
“Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora” (I João 2: 18). “... e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo (Idem, 4: 3).
Paulo chegou até a pensar que presenciaria a volta de Jesus: “Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados (I Coríntios, 15: 51-52).
E João, ou alguém em nome dele, deixou escrito com toda clareza: “... anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e AGORA já está no mundo. Nada mais claro.
Se o anticristo era a besta do apocalipse, o mesmo que o quarto animal de Daniel, mais certeza temos que seria ele o império romano, que destruiu a cidade santa e trouxe grande tribulação ao povo escolhido de Yavé. Esperar um anticristo, uma besta do apocalipse, um “homem do pecado”, etc. em nossos dias é tão razoável quanto o que fazem os judeus, esperar ainda hoje o surgimento do “messias”, aquele predito para estabelecer o reino de Israel sobre todo o mundo.