Segundo a popular aragem que paira sobre a eleição do próximo presidente da República e a última sondagem da conceituada Universidade Católica, o prof. Cavaco Silva concita forte tendência para ser eleito à primeira-volta. Embora ainda tudo seja possível, a uma semana da ida às urnas e dada a vantagem percentual, a propensão dificilmente retrocederá.
Com interesse e curiosidade assaz espectaculares estará então a auto-derroga entre Mário Soares e Manuel Alegre, espécie de fraticídio partidário que, logo após o escrutínio, deverá fazer escorrer muitíssima tinta lodosa, se porventura Alegre lograr bater aos votos o até aqui imbatível dinossauro dos actuais políticos portugueses.
Pela segunda vez consecutiva a escolha ditada pelo secretariado de José Sócrates está em risco de sofrer mais um forte abalo eleitoral e quiçá cavar ainda mais fundo o desentendimento suicida da esquerda à portuguesa. Também, como se tem constatado ao longo de quase 32 anos, sempre que os diversos mentores se entendem e logram o poder, viram de imediato à direita, algo que o eleitorado detectou nas últimas legislativas, e, assim sendo de facto, direita por direita, direita a sério.
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