Rumo à Lusofonia
A dado passo da campanha eleitoral, vi o gen. Ramalho Eanes apoiar a candidatura do prof. Cavaco Silva, o qual, logo adiante, proclamou que, se fosse eleito, criaria na Presidência da República um departamento exclusivamente destinado a dinamizar e a empolgar os povos lusófonos.
Imagine-se o que resultaria se deveras, cada qual cioso da sua indepência, os países de língua portuguesa fomentassem entre si uma sólida união política onde os respectivos cidadãos, subordinados aos mesmos deveres, fruíssem dos mesmos direitos.
Quiçá até os megalómanos empreendimentos do nosso actual Primeiro-Ministro - TGV e Ota - lograssem então uma bem mais justificada e plausível coerência em relação ao futuro, determinando ainda um muito maior peso político na União Europeia.
Tal como os ex-presidentes americanos costumam exercer, é possível que o nosso novo PR, reforçando a dignidade do Estado, atribua a Ramalho Eanes o encargo de tão promissor desígnio, desiderato que poderia constituir passo determinante para debelar o desemprego que a todos apoquenta. De resto, se assim não for, que nos adianta ter colocado o Mensageiro no Panteão Nacional?
Torre da Guia / Porto |